Publicado em 05/05/2013 às 09:30, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24

Onda de cassação de prefeitos incomoda políticos de Mato Grosso do Sul

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação, Conjuntura

O rumo que o TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) de Mato Grosso do Sul tem dado às ações judiciais após as eleições municipais do ano passado, quando vários prefeitos foram cassados incomoda a classe política do Estado. Pelo menos oito dos 79 prefeitos do Estado eleitos em outubro do ano passado foram afastados do cargo, em sua maioria por improbidade administrativa e crime eleitoral durante o período da campanha. Particularmente, o senador Delcídio do Amaral (PT) classifica de esquisita a "onda de cassação em série" que defenestrou vários gestores do cargo no Estado.   "Do jeito que o trem vai em Mato Grosso do Sul, até pedir voto vai dar cassação! Esquisito demais!!!", postou o senador em seu Twitter. Pré-candidato à sucessão do governador André Puccinelli (PMDB) em 2014, o petista, no entanto, limitou-se apenas a deixar no ar as suas colocações e também não respondeu a provocações de um de seus seguidores nas redes sociais. 

"Delcídio você deveria ser o primeiro a ser cassado, porque nega aos trabalhadores, fale sobre o fator previdenciário, tem medo da verdade", reagiu o eleitor Adauto Mendes, ao criticar o senador, que preferiu não responder as provocações. Embora não tenha falado claramente sobre o que é "esquisito" nos julgamentos feitos pelo TRE-MS que culminou com a cassação de prefeitos de vários partidos, inclusive do PT, o senador deve estar se referindo a uma decisão atrás da outra, coisa que nunca ocorreu na história política do Estado. 
A verdade é que esquisito ou não a Justiça Eleitoral já cassou mandato de oito prefeitos e realizou duas novas eleições em Bonito e Sidrolândia, além de anunciar novos pleitos em outras cidades sul-mato-grossenses. O TRE-MS deve convocar também os eleitores para escolher os novos prefeitos de Figueirão, Bela Vista e Caracol, com a cassação de Getúlio Barbosa Furtado (PMDB), Abraão Zacarias (PDT) e Manoel dos Santos Viais (PT), respectivamente. 
Além da possibilidade de novas eleições em Jardim e Corguinho, uma vez que os prefeitos eleitos e empossados tiveram mais de 50% dos votos válidos.
EXPECTATIVA 
A possibilidade de ocorrer afastamento de prefeitos no Estado foi antecipada pelo site Conjuntura Online, edição do dia 28 de novembro no ano passado, em reportagem intitulada "Decisão do TRE pode mudar resultado das eleições no interior de MS". 
O esquema de aliciamento de eleitores -- benefício dado pelo candidato em troca de votos -- é o mais comum em tramitação no TRE-MS. Entre os julgamentos pendentes está o das eleições na pacata cidade de Japorã, onde o candidato derrotado Gil Perin (PMDB) vive grande expectativa por causa das últimas decisões do órgão. Ele entrou na Justiça na tentativa de reverter o resultado do pleito, vencido por Vanderlei Bispo (PT). Na ação, o peemedebista anexou um vídeo contendo depoimentos de 64 índios contando que votou em Vanderlei Bispo porque recebeu dinheiro em troca, entre outros benefícios. Bispo nega as denúncias do adversário. 
De acordo com o TRE-MS, Bispo foi eleito com 52,13% dos votos, somando 2.137 mil, enquanto Perin teve 1.962 mil votos, com 47,87%. Do total de 5.139 mil eleitores, 1,04% votaram em branco, enquanto 5,88% anularam o voto.
Japorã, que fica a 487 quilômetros de Campo Grande, tem 7,7 mil habitantes  e a metade da população é de origem indígena.