Publicado em 17/05/2013 às 18:00, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24

“O Pantanal está morrendo e vamos ficar de braços cruzados?”, questiona Figueiró

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação, Assessoria

O senador Ruben Figueiró (PSDB-MS) fez um alerta em Plenário nesta sexta-feira (17/05) para as consequências do assoreamento do rio Taquari, que banha o pantanal de Mato Grosso do Sul.

Na última quarta-feira, a Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo fez uma audiência pública, por iniciativa de Figueiró, com a chefe geral da Embrapa Pantanal, Emiko Resende, autoridades do município de Corumbá e representantes dos produtores rurais. O objetivo foi trazer o tema à pauta nacional e debater alternativas para impulsionar o processo de recuperação do rio Taquari.

O senador Figueiró informou que vai apresentar na próxima semana um requerimento de informações, via Comissão, sobre um estudo realizado seis anos atrás por uma comissão interministerial. “Onde está este estudo? Por que nada é feito, se já existem pesquisas e tecnologia para começar a reverter o processo de assoreamento do Rio Taquari? Por que os recursos não foram liberados e não houve prosseguimento ao trabalho? Tudo isso ficou no ar, sem respostas”, afirmou Figueiró.

Figueiró informou que durante a audiência foi sugerido pelo senador Waldemir Moka (PMDB-MS) que a Embrapa Pantanal atualize um estudo, com projeto e custos, em conjunto com informações disponibilizadas pelo senador Delcídio do Amaral (PT-MS), para apresentar em junho ao Ministério da Integração Nacional ou à Agência Nacional de Águas.  

“Eu e meus companheiros de bancada, Waldemir Moka e Delcídio do Amaral, além do deputado federal Reinaldo Azambuja, apresentamos algumas sugestões para trazer o assunto à pauta nacional e, principalmente, retomar o projeto politicamente pra começar a resolver um dos maiores acidentes ambientais do Brasil”, disse. 

 

Prejuízos

Entre 1975 e 2003, o Mato Grosso do Sul deixou de arrecadar R$ 50 milhões em ICMS e R$ 30 milhões em Funrural, pois a pecuária deixou de comercializar R$ 1,2 bilhão de gado na região por causa da inundação permanente em pelo menos 3 milhões de hectares.

Além dos prejuízos provocados na fauna e flora, com plantas em risco de extinção e redução da quantidade de peixes, o assoreamento já chegou ao rio Paraguai, que está perdendo a navegabilidade.

O problema começou há 30 anos e foi causado pela ocupação desordenada da parte alta da bacia, o que gerou erosão, formando bancos de areia no leito do rio. Hoje, se nada for feito, o Pantanal pode deixar de ser inundável e passar a ser inundado. O que representa desequilíbrio ambiental, inviabilização da produção pecuária e êxodo rural.

“Ou seja, um gravíssimo problema ambiental, social e econômico. Ouvimos do presidente da Associação de Pequenos Produtores do Rio Taquari, no Mato Grosso do Sul, Ruivaldo Neri de Andrade, a forte frase: ‘O pantanal está morrendo!’ Pergunto: Vamos assistir de camarote e braços cruzados?”, questionou Ruben Figueiró.