Publicado em 25/10/2016 às 19:00, Atualizado em 25/10/2016 às 16:39
Tsurus confeccionados pelos alunos da Rede Municipal de Ensino foram distribuídos no Hospital Regional de Nova Andradina e na Biblioteca SESI-Indústria do Conhecimento nesta segunda-feira (24). Dobraduras também serão destinadas a hospitais de Campo Grande, São Paulo e do Japão.
Uma ação do bem. É assim que os alunos da Rede Municipal de Ensino, integraram em Nova Andradina, o movimento “1000 mil tsurus – 1 desejo”, ao dobrarem três mil tsurus - ave sagrada do Japão - símbolo de saúde, boa sorte, felicidade, longevidade, paz e fortuna. Segundo a lenda japonesa, se uma pessoa chegar a fazer mil tsurus, usando a técnica do origami, a secular arte japonesa de dobrar o papel, e mantiver em sua mente um desejo, ele poderá ser realizado. A iniciativa tem como objetivo envolver os alunos em uma corrente do bem e pela paz.
Para uma das idealizadoras da ação, Lígia Oizumi, a iniciativa nasceu após uma vontade de fazer o bem ao próximo. “Sempre estamos correndo, e a vida está passando. Fazer um tsuru ao menos, leva cerca de dois minutos. São dois minutos preciosos que você se dedica a fazer um simples objeto, mas que tem uma importância sem igual. Imagina você dobrar vários tsurus e entregá-los a uma criança que está lutando para viver em um hospital? É mais que um simples pedaço de papel, é um pedacinho do seu coração cheio de amor, paz e esperança para ela que está lutando pela vida”, afirma.
Para a ação, Lígia esteve em Nova Andradina nesta segunda-feira (24), coletando os três mil tsurus aqui confeccionados e também levando-os aos pacientes que estão internados no Hospital Regional “Dr. Francisco Dantas Maniçoba” e na Biblioteca SESI-Indústria do Conhecimento, na companhia da secretária de Educação, Nair Aparecida Lorencini Russo e de técnicos da Semec. Além da entrega em Nova Andradina, os tsurus também serão distribuídos em hospitais de Campo Grande, São Paulo e Japão.
“Exprimindo a capacidade humana de personalizar uma simples dobradura de papel, conferindo-lhe beleza e significado, nossos alunos se engajaram na confecção dos tsurus, o que para nós, é gratificante. Com este gesto, estamos transmitindo paz e solidariedade, além de reforçar essa corrente do bem que percorre todo nosso Estado”, destacou o prefeito Roberto Hashioka.
Lenda do Tsuru | Sadako Sasaki, a menina que transformou o tsuru em pássaro da paz para os japoneses, tinha somente 2 anos de idade quando a bomba de Hiroshima foi lançada no Japão, no dia 6 de agosto de 1945. Sem qualquer ferimento, acabou levando uma vida normal, praticando até mesmo atletismo.
Com 12 anos, porém, em 1955, depois de participar de uma prova de corrida, sentiu tonturas e cansaço. O seu estado de saúde piorou nos dias seguintes e acabou sendo diagnosticada com a então “doença da bomba atômica”, acometida por leucemia.
Chizuko, sua melhor amiga, levou papéis de origami numa das visitas e contou a Sadako a lenda dos mil tsurus, dizendo que, se ela fizesse um pedido e dobrasse mil aves de papel, teria seu desejo atendido.
Sadako começou a fazer os origamis, pedindo aos deuses que lhe concedesse a cura. Para chegar aos mil, contou com a ajuda dos amigos e familiares, que iam visitá-la no hospital. No entanto, em 25 de outubro de 1955 acabou morrendo, antes de completar os mil tsurus.
Inspirados por sua força e coragem, os amigos e a família montaram um livro com as cartas escritas por ela e publicaram. Dali surgiu a ideia de construir um monumento para Sadako e para todas as crianças que morreram vítimas da bomba atômica. A ideia encontrou solidariedade em outros jovens, que passaram a arrecadar dinheiro para o projeto e, em 1958, a estátua de Sadako segurando um tsuru dourado foi instalada no Parque da Paz de Hiroshima. Os jovens e crianças envolvidos no projeto tiveram sua marca escrita na estátua: “Este é o nosso grito. Esta é a nossa reza. Paz no mundo”.