Publicado em 04/09/2012 às 20:00, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
Educadores utilizaram a Tribuna Livre da Câmara de Vereadores de Nova Andradina em mobilização pela autonomia da UEMS
Estudantes e professores da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), campus de Nova Andradina, protestaram nesta segunda-feira (3), no plenário Sidney Sanches, contra o corte de 20% nas despesas das autarquias públicas estaduais, incluindo a UEMS. A redução foi publicada em Diário Oficial e gerou uma série de protestos em todas as 15 unidades da instituição distribuídas pelo Estado, entre elas Nova Andradina. O Governo do Estado, por sua vez, justifica a diminuição dos repasses alegando queda na arrecadação estadual. Durante a última sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Nova Andradina, professores e estudantes protestaram contra o corte de 20%. Com faixas e cartazes, eles também reivindicaram autonomia financeira para UEMS. A redução nas despesas foi considerada pelos manifestantes como meio de sucateamento da instituição de ensino. Tribuna Livre
Em discurso da Tribuna Livre, os professores José Felice e Antônio Sales pediram apoio dos vereadores de Nova Andradina. O que nos traz aqui é um desencontro de falas entre o Governo e o Sindicato dos Servidores da UEMS. Um diz que a verdade reside no fato de que os repasses à Universidade tem aumentado. O outro diz que a verdade está exatamente no oposto disso. A população deve estar se perguntando: de que lado está a verdade?, questionou Sales. O educador ponderou as justificativas de cada segmento e apresentou dados sobre o crescimento da UEMS, considerado por ele como acanhado. O aumento do número de vagas corresponde a um terço do aumento do número de procura. O número de cursos oferecidos cresceu 200%. Os repasses precisavam ter crescido proporcionalmente, exemplificou.
Segundo o docente, para ficar como está os repasses são suficientes. Para crescer, para abrir novos cursos, para atender mais alunos, para mais inclusão, é preciso mais verbas, considerou. A UEMS de Nova Andradina tem dois cursos. Para um deles, não há um professor concursado na área específica. Isso diz alguma coisa?, acrescentou. Também docente da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, José Felice reforçou que a redução do repasse afetará diretamente o campus de Nova Andradina, que segundo ele, já se encontra em péssimo estado. É um prédio construído em 1994 e que não teve adequação necessária nos últimos tempos, disparou.
O professor também enumerou outras dificuldades enfrentadas pelo campus local antes mesmo do corte nas despesas. Outro ponto importante são os computadores do laboratório que estão funcionando graças a verba destinada pelo Parfor, que é um programa do MEC. Esse programa do Governo Federal disponibilizou recursos para compra de equipamentos de reposição para os computadores, destacou. Não se cria cursos sem planejamento, e só podemos planejar com um orçamento que possa manter esses cursos, finalizou.