Publicado em 10/10/2012 às 15:00, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24

Índio eleito vereador já é alvo de discriminação

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação, Redação

A eleição do professor indígena Aguilera de Souza já ganha repercussão pela internet e na mídia em geral. Afinal, em 77 anos de Dourados a Reserva Indígena nunca teve a oportunidade de indicar um representante, apesar de que em todas eleições várias lideranças tem buscado o voto tanto no interior das aldeias como junto à comunidade externa.

O inconveniente da eleição de Aguilera, entretanto, é a primeira manifestação “externa” de preconceito, misturada com racismo. A internauta Lucinha Manosso [que seria filha de uma vereadora na cidade de Ponta Porã] publicou, através do facebook, que o eleitor douradense não deveria ter escolhido um índio como vereador.

Depois de comentar a eleição do ex-governador Zeca do PT para vereador em Campo Grande, afirmando que ele “f.... com o Estado quando foi governador”, Lucinha, em conversa pela rede social com a internauta identificada como Mariana, acrescenta ao comentário da interlocutora que havia postado a observação “um índio vereador, sem comentários...”:

“Olha, eu não tenho nada contra índio... Só acho que eles deveriam viver isolado numa selva na Amazônia vivendo da caça e pesca! Só dão prejuízo aqui no estado... “

5 anos de reclusão

A Lei 9.459, de 13 de maio de 1997, que corrigiu a Lei 7.716, de 15 de janeiro de 1989, modificando os artigos 1º e 20, e revogou o artigo 1º da Lei 8.081 e a Lei 8.882, de 3 de junho de 1994, prevê punição, com penas de até cinco anos de reclusão, além das multas, aos crimes “resultantes de discriminação ou preconceito de raça, de cor, etnia, religião ou procedência nacional”.