Publicado em 28/06/2022 às 07:03, Atualizado em 27/06/2022 às 19:22

MPF pede perícia antropológica em fazenda onde ocorreu conflito entre indígenas e polícia, que terminou em morte em MS

Durante o confronto, 10 pessoas ficaram feridas, sete indígenas e três policiais do Batalhão de Choque

Redação,
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Divulgação

O Ministério Público Federal determinou na noite de sábado (25), que seja feita uma perícia antropológica na Fazenda Borda da Mata, onde ocorreu um conflito entre indígenas e policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, na sexta-feira (24) no município de Amambai (MS).

O embate causou a morte do guarani kaiowá Vito Fernandes, de 42 anos. No total, 10 pessoas ficaram feridas, sete indígenas e três policiais do Batalhão de Choque.

A perícia da Retomada Guapoy, como denominada pelos indígenas, será conduzida por analista em antropologia do MPF entre 28 de junho e 1º de julho e buscará esclarecer os conflitos que ocorreram recentemente, assim como coletar elementos sobre eventuais violações de direitos, seja dos indígenas ou dos policiais. O procurador solicitou uma viatura blindada para que o antropólogo e perito se desloquem até a região.

O MPF também solicitou esclarecimentos a todos os órgãos de Mato Grosso do Sul envolvidos, com prazo de 72 horas, para “apurar e acompanhar suposto conflito entre indígenas da aldeia Amambai e as forças policiais locais, durante suposta retomada de terras, ocorrido nas proximidades do dia 24 de maio de 2022”, indicou o despacho assinado pelo procurador da república, Marcelo José da Silva.

Segundo o despacho, os órgãos devem fornecer “toda informação e documentos de que dispuser sobre a atuação das forças policiais no confronto com indígenas, entre os dias 23 e 24.06.2022, nas proximidades da autodenominada Retomada Guapoy e Fazenda Borda da Mata, na região do município de Amambai/MS, bem como envie todos os boletins de ocorrência que tenham sido lavrados em decorrência de eventuais delitos resultantes ou conexos a esse confronto”, determinou o MPF.

Foram solicitadas informações da Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, Polícia Militar de Amambai, Polícia Civil de Amambai, Ministério Público da Comarca de Amambai, Hospital Regional de Amambai, Clínica de Saúde Indígena (Casai) de Amambai, Instituto Médico Legal (IML) de Amambai, Coordenação Regional da Funai em Ponta Porã (MS) e Polícia Federal de Ponta Porã.

Com informações do G 1 MS