Publicado em 03/05/2020 às 17:30, Atualizado em 03/05/2020 às 18:49
No dia 25 de abril, um dia após o ex-ministro Sergio Moro mostrar as trocas de mensagens ao JN, o presidente não as contestou.
Fontes que participaram ou que souberam sobre o conteúdo do depoimento de Sergio Moro disseram que a PF extraiu do telefone do ex-ministro provas que ele tinha exibido ao Jornal Nacional, como a conversa em WhatsApp com o presidente Jair Bolsonaro e com a deputada Carla Zambelli. Além disso, informaram que Moro forneceu novas provas e, principalmente, indicou maneiras de conseguir outras. A demissão do ex-ministro ocorreu em 24 de abril.
No dia 25 de abril, um dia após o ex-ministro Sergio Moro mostrar as trocas de mensagens ao JN, o presidente não as contestou.
Depois de prestar um depoimento de mais de oito horas na Polícia Federal (PF), em Curitiba, no sábado (2), o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro fez a seguinte postagem no Twitter: "Há lealdades maiores do que as pessoais." A publicação foi feita na manhã deste domingo (3).
Durante o depoimento, Sergio Moro foi questionado sobre as acusações de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir no trabalho da PF e em inquéritos relacionados a familiares. As acusações foram feitas pelo ex-ministro quando ele anunciou sua saída do governo, há uma semana.
O inquérito foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e vai investigar se as acusações de Moro são verdadeiras. Caso não sejam, o ex-ministro poderá responder na Justiça por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.
Depoimento
O depoimento foi determinado pelo ministro Celso de Mello, relator do caso, e foi colhido presencialmente por delegados da PF e acompanhado pelos procuradores que tiveram autorização do ministro Mello.
São eles: João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita.
De acordo com informações da RPC, Moro prestou depoimento em uma sala ampla com a distância recomendada por causa do coronavírus e com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
O depoimento foi conduzido pela delegada Christiane Correa Machado, chefe do Serviço de Inquéritos Especiais (Sinq).