Publicado em 07/12/2012 às 16:09, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24

Mochi não aceita ser vice, Esacheu não desiste e PMDB segue rachado

Nova Notícias - Todo mundo lê

Redação, Midiamax

A reunião no diretório do PMDB terminou sem consenso entre Junior Mochi (PMDB) e o atual presidente do PMDB, Esacheu Nascimento. Ao final da reunião os dois declararam que continuam as conversas, mas ninguém desistiu de ser o presidente do partido. Mochi diz que não aceita ser vice de Esacheu, que por sua vez afirma que tem o direito de disputar a reeleição.

Ao final da reunião Mochi até tentou ser democrático, adotando o discurso de que o partido busca um sentimento de unidade e que vai tentar todas as possibilidades de consenso. Porém, o discurso acabou quando Mochi foi questionado se aceitaria ser vice de Esacheu. “Não. Não somos candidatos de nós mesmos. Tem todo um grupo e a decisão é coletiva”.

Esacheu, por sua vez, reforçou que se vê no direito de disputar a eleição e está em defesa de vários líderes do interior do Estado, que defendem a continuidade do trabalho. Assim, sugeriu que Mochi continue como seu vice. “Trabalho por um consenso que me mantenha na presidência”, declarou Esacheu, ressaltando que é preciso garantir a participação de outras pessoas para que eles sintam-se partícipes do processo e trabalhem pelo partido nas campanhas.

A disputa pelo diretório estadual levanta uma crise que persegue o partido desde que Edson Giroto (PMDB) não emplacou em Campo Grande. Boa parte dos filiados não engoliram o fato do governador André Puccinelli (PMDB) ter forçado a candidatura do amigo e nem participaram da campanha, apoiando, em alguns casos, adversários do PMDB.

Soma-se a derrota em Campo Grande o fato de Puccinelli ter atendido a posições pessoais e indo contra o partido em alguns municípios. Em Ponta Porã o diretório chegou a pedir a expulsão de Puccinelli depois que ele, contrariando o que havia sido definido em campanha, pediu votos para o candidato do PSDB no horário eleitoral. Rachado, o PMDB divide-se entre os que preferem Junior Mochi, que atenderia as vontades dos mandatários, e Esacheu, que luta para escolhas mais democráticas, respeitando a vontade dos militantes.

O secretário de Habitação, Carlos Marun, também participou da reunião no diretório. Ele avalia que o consenso já foi mais difícil, mas que hoje as coisas já começam a clarear. “Acredito no consenso, mas se isso não acontecer não é nenhuma tragédia. A disputa é natural e se acontecer vai ser em alto nível”.

Marun afirma que não há veto a nomes, mas diz que Esacheu teria dificuldade de conseguir consenso para chegar à presidência, já que demonstrou clara preferência por Simone Tebet (PMDB) na disputa pelo Governo do Estado. Como ponto positivo para Esacheu, Marun destaca o bom trabalho realizado por ele no partido.

A rejeição a Esacheu começou depois que ele fez uma avaliação de que o partido errou no processo de escolha do candidato em Campo Grande e que o prefeito Nelsinho Trad (PMDB) saiu enfraquecido da disputa, já que foi o coordenador da campanha de Edson Giroto (PMDB). A derrota, na avaliação de Esacheu, torna a vice-governadora Simone Tebet (PMDB) a candidata natural do partido ao Governo do Estado.

Nelsinho não gostou das declarações e ameaçou abandonar o partido se não fosse o escolhido. Além disso, lançou a campanha contra o atual presidente, dizendo que uma reeleição de Esacheu significaria que o PMDB não o queria mais. As ameaças de Nelsinho provocaram uma resposta de Simone. A vice-governadora declarou que não brigaria por cargos e rebateu Nelsinho, dizendo que era peemedebista e não abandonaria o partido se não fosse escolhida.

O prefeito ganhou o apoio do senador Waldemir Moka (PMDB), do deputado Carlos Marun e do irmão, Fábio Trad (PMDB), na defesa de uma oxigenação no partido. O pedido de oxigenação, por sua vez, não agradou Esacheu, que prontamente rebateu, avaliando que “as pessoas que falam em oxigenação estão expelindo gás metano”.