Um monitoramento feito pelo Instituto Quaest nas redes sociais, baseado nos últimos três dias, mostrou que mais da metade dos brasileiros são contra o projeto de lei. Menos de 17% apoiam a medida. Já na enquete no site da própria Câmara, os votos contrários ao projeto eram mais de 90% nesta sexta-feira.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que uma mulher, de centro, será a relatora do PL. Mas, por causa da repercussão negativa, muitas deputadas disseram que não vão aceitar a relatoria.
Um dos nomes cotados por Lira e pelo autor do projeto é o de Greyce Elias, do Avante de Minas, uma das co-autoras do texto. Outra opção é Benedita da Silva, do PT, que deve ser a sugestão da bancada feminina. Apesar de ser evangélica, ela tem a resistência da bancada porque promete alterar a proposta.
Questionado em um evento na Suíça, Lula disse que vai “tomar pé da situação” quando voltar da Europa neste sábado (15). Mas já é certo para os ministros com mais trânsito no planalto que o presidente irá vetar o projeto se ele passar no Congresso.
O governo quer evitar o desgaste de uma possível derrubada do veto, então, a estratégia é tentar travar a discussão na Câmara e engavetar o projeto no Senado, com a ajuda de Rodrigo Pacheco.
“Uma matéria dessa natureza jamais, por exemplo, iria direto ao plenário do Senado Federal. Ela deve ser submetida às comissões próprias e é muito importante ouvir inclusive as mulheres do Senado que são legítimas representantes das mulheres brasileiras para saber qual é a posição delas em relação a isso”, disse Rodrigo Pacheco.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, falou com jornalistas antes de participar do evento Conexão Empresarial, em Araxá, nesta sexta-feira (14), se posicionou contra o projeto de lei que pretende mudar a legislação do aborto no Brasil e afirmou “não contem com o governo”.
“Não contem com o governo para mudar a legislação de aborto do país, ainda mais para um projeto que estabelece que uma mulher estuprada vai ter uma pena duas vezes mais do que o estuprador. Não contem com o governo para essa barbaridade”, disse.
Em seguida, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o projeto é uma atitude “desumana” com as mulheres.
“Eu, pessoalmente, sou contra o aborto, mas eu acho que é uma atitude altamente desrespeitosa e desumana com as mulheres”
Nas redes sociais, a primeira-dama Janja disse que “os opositores do projeto de lei parecem desconhecer as batalhas que mulheres, meninas e suas famílias enfrentam para exercer seu direito ao abordo legal e seguro no Brasil”.
A proposta prevê que uma mulher, vítima de estupro, que interromper a gravidez depois da 22ª semana pode ser condenada a até 20 anos de prisão, enquanto a pena do estuprador seria de, no máximo, 10 anos. A punição também valeria para grávidas que correm risco de vida, caso decidam abortar.
Com informações do Portal da BAND
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