Publicado em 23/11/2025 às 14:31, Atualizado em 23/11/2025 às 18:04

MDB teme ‘racha’ e organiza reunião para debater Simone Tebet no Senado

Sigla quer apoiar reeleição de Riedel, mas tem receio de Tebet seguir com discurso 'lulista'

Redação,

A possível candidatura da ministra Simone Tebet ao Senado por Mato Grosso do Sul pode gerar um ‘racha’ dentro do MDB no Estado. Enquanto alguns membros do partido manifestam apoio à pré-candidatura da chefe da pasta do Planejamento do Governo Lula, outros não descartam até a possibilidade de abandonar a sigla emedebista se ela seguir alinhada ao ‘discurso do presidente’.

Com a divergência envolvendo a nacional e decisões regionais do partido, segundo alguns filiados, uma reunião pode acontecer na próxima semana para o MDB definir os planos futuros envolvendo a possível pré-candidatura de Simone Tebet ao Senado por MS.

Durante a eleição do partido, o presidente estadual do MDB, Waldemir Moka, disse que a sigla até poderia apoiar a candidatura de Simone ao Senado, mas adiantou que a ministra precisaria ‘mudar o discurso’. A sigla pretende apoiar a reeleição do governador Eduardo Riedel (PP) e o grupo tem dois pré-candidatos do PL ao Senado.

Com isso, se a sigla realmente oferecer apoio a Riedel, o partido acaba ficando em uma ‘saia justa’ em Mato Grosso do Sul, já que a própria nacional do MDB chegou a dizer que Simone deve ser uma pré-candidata ao Senado nas terras pantaneiras.

Na contramão, o presidente do diretório municipal, Jamal Salém (MDB), anunciou que prestará apoio a Simone independentemente do cenário político. “Eu não posso falar em nome do MDB, porque não tivemos reunião sobre o assunto, mas, na minha opinião, ela tem o meu apoio. Ela é minha amiga, o falecido pai dela é o meu padrinho político. Então, o que ela decidir, vai ter o meu apoio”, disse.

Alguns integrantes da sigla, como o deputado estadual Junior Mochi, filiado ao partido há mais de 40 anos, disseram que não descartam a possibilidade de deixar a sigla se Simone realmente disputar o Senado por Mato Grosso do Sul e seguir apoiando Lula.

“Nós temos um problema de ordem política que não envolve apenas o MDB. Fizemos um acordo lá no início do mandato para apoiarmos Eduardo Riedel ao Governo. No acordo, desenhamos as eleições de 2024, e ele foi cumprido por ambas as partes, adiantando que, em 2026, estaríamos todos juntos. Precisamos entender se o Governo aceita o palanque independente, onde ela apoiaria Lula e Riedel. A decisão ainda é só conversa, mas os incomodados que se mudem. Eu me sinto incomodado com essa posição política. Nunca pensei em mudar de partido. Estou há 44 anos na mesma sigla, mas, dependendo da condução, de como vai ficar, talvez seja essa a alternativa”, ressaltou o deputado.

Para discutir essa situação complexa, uma reunião está sendo programada para a próxima semana, em que os integrantes do MDB poderão debater a candidatura de Simone. Esse encontro pode ser decisivo para definir a estratégia do partido e buscar uma posição unificada em um momento crítico para a política local.

O desenrolar dessas discussões poderá impactar significativamente a dinâmica eleitoral do MDB em Mato Grosso do Sul. O vereador Júnior Coringa também confirma que pode ter uma reunião para o partido debater o futuro da sigla.

“O MDB não pode ficar fora das grandes discussões. Os partidos já estão organizando para as eleições do ano que vem. Tivemos uma fala muito boa com o governador para ser base dele nas próximas eleições, mas se a Simone for candidata ao Senado aqui no Estado, já muda o cenário, e precisamos urgentemente de uma reunião com ela”, destacou o vereador.

Com informações do Midiamax