Publicado em 20/03/2021 às 13:00, Atualizado em 20/03/2021 às 11:13

Mandetta quer Lula fora da disputa e pensa em aliança até com Boulos e Ciro

Sobre o presidente, Mandetta diz que "entre a vida e a morte, Bolsonaro optou pela morte"

Redação,
Cb image default
Foto - Paulo Valadares

Que o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) sonha em disputar a presidência da República já não é exatamente um segredo, mas ele surpreendeu ao declarar que pode fazer alianças com nomes como Guilherme Boulos e até mesmo Ciro Gomes. Só não aceita que o ex-presidente Lula ou Fernando Haddad, ambos do PT, participem da eleição.

"Está na hora de fazer uma ruptura com políticas de curto prazo populistas, porque foi isso que vimos nesses anos com a cooptação absoluta da democracia e do Congresso, que funciona com a lógica do 'em troca do quê?'. Quero ver em prática o capitalismo com responsabilidade social do Estado", afirmou em entrevista à Veja, que foi replicada pela Uol.

Sobre nomes para uma eventual aliança ou apoio do DEM, diz ter "pontos que são comuns com os governadores do Nordeste e com o Guilherme Boulos, do PSOL". Citou também Ciro Gomes, do PDT, mas ponderou que talvez ele não tenha "o primeiro pré-requisito, que é se despir das suas certezas e vaidades pessoais".

Agora, questionado sobre um convite mis identitário com o DEM, feito ao apresentador Luciano Huck, Mandetta afirmou que a iniciativa é uma forma de abrir portas nos partidos.

"Apresentadores de televisão e jornalistas são parte da sociedade e têm uma visão muito privilegiada por estarem em veículos de comunicação. O momento de decidir participar da vida do Brasil é quando uma voz de foro íntimo chama. Se ele tiver esse chamado e vier para o DEM, ótimo. Mas, se for para outro partido dessa nossa força, farei campanha do mesmo jeito".

Já em relação a Jair Bolsonaro, que tirou Mandetta de Mato Grosso do Sul e o mostrou para o Brasil, o ex-ministro mantém as críticas e garante que as ações do presidente viabilizariam um processo de impeachment.

"Falando em termos políticos, eu assisti a um impeachment na minha vida, que foi o de Dilma Rousseff. Hoje, os indícios de crimes contra a saúde pública são elementos muito mais consistentes do que uma irresponsabilidade fiscal, mas é um processo político", disse.

Questionado se teria se arrependido de entrar no governo, não disse nem que sim, nem que não. Alegou que quando foi convidado a busca era por um perfil técnico e que ele conhecia bem o SUS (Sistema Único de Saúde). "Mas, quando chegou a pandemia, entre a vida e a morte, Bolsonaro optou pela morte".