Publicado em 22/10/2016 às 17:31, Atualizado em 22/10/2016 às 17:21

Mais de dois mil candidatos de MS estão na mira da Justiça Eleitoral

Informações do Tribunal de Contas da União (TCU) relativo às Eleições Municipais 2016, entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela que cresceu consideravelmente o volume de possíveis irregularidades nas receitas e despesas .

Redação,

Não diferente do que acontece em todo o país, Mato Grosso do Sul tem uma lista expressiva de candidatos que estão na mira da Justiça Eleitoral por supostas doações feitas na campanha das eleições municipais do último dia 2 de outubro.

O TSE (Tribunal Superior Eleitora) encontrou indícios de irregularidades em 2.190 doações. O levantamento foi repassado à Justiça Eleitoral do Estado e aguarda o fim da apuração dos casos.

As informações acerca do caso apontam que o órgão nacional cruza as informações apresentadas pelos concorrentes com dados do TCU (Tribunal de Contas da União) e outras entidades reguladoras. Em caso de disparidade, reporta ao órgão estadual para investigação.

Já o TRE, por sua vez, distribui os casos ao juízo de primeira instância, no município em que o candidato disputou as eleições. Conforme o órgão, um exemplo de casos declarados suspeitos é quando um profissional liberal aparece na lista de doadores, mas seu nome não consta nos registros oficiais.

Em todo o Brasil, segundo informações divulgadas pelo ‘O Dia’, o cruzamento do TSE apontou, por exemplo, contratação de agência de publicidade com dois funcionários pelo valor de R$ 219 mil e uma doação de R$ 3,57 milhões de uma empresa cujo sócio é beneficiário do Bolsa Família.

O setor de controle do TRE-MS não soube informar quais são as possíveis irregularidades que serão investigadas no Estado. Mas, adiantou que esse número pode ser ainda maior, porque a prestação final de contas deve ser feita até o dia 1º de novembro.

A partir dessa data, os juízes começaram a avaliar a documentação entregue para aprovar ou rejeitar as contas e nesses procedimentos, novas irregularidades podem ser constatadas.

Mesmo se algum candidato tiver os gastos e receitas aprovados, os rivais ou o Ministério Público Eleitoral podem ajuizar ações de impugnação se entenderem que alguma das informações apresenta algum tipo de problema.

Ultrapassam R$ 1 bilhão

Informações do Tribunal de Contas da União (TCU) relativo às Eleições Municipais 2016, entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revela que cresceu consideravelmente o volume de possíveis irregularidades nas receitas e despesas de campanhas eleitorais. O total suspeito chega a R$ 1,041 bilhão, ou seja, quase metade do montante arrecadado por candidatos e partidos, que é de R$ 2,615 bilhões.

No início de setembro, segundo lista apresentada pelo TCU, a somatória de quantias suspeitas correspondia a cerca de R$ 116 milhões. Uma semana depois, o valor já ultrapassava R$ 275 milhões, chegando a R$ 388 milhões no dia 19 e em mais de R$ 554 milhões no final do mês. No começo de outubro, o valor superou a casa dos R$ 659 milhões.

Destaques

De acordo com o último relatório do TCU, dentre os indícios de irregularidades mais relevantes de despesas declaradas à Justiça Eleitoral, está o de uma agência de publicidade com apenas dois funcionários contratada para campanha no valor de R$ 219 mil. Em outro caso, uma empresa de produções cujo sócio é beneficiário do Bolsa Família prestou serviço no valor de R$ 3.570.000,00.

Dos indícios envolvendo doações às campanhas, está o de uma pessoa física que recebe Bolsa Família e efetuou doação no valor de R$ 75 milhões, outro doador que doou R$ 50 milhões sem ter renda compatível e o de um prefeito que doou R$ 60 milhões para o seu diretório municipal. Além disso, o número de doadores falecidos subiu para 290.

A lista do TCU aponta, ainda, que a quantidade de casos suspeitos chega a 259.968.

Parceria

As informações são resultados de um trabalho inédito de cruzamento de dados proporcionado pela parceria firmada entre o TSE e diversos órgãos públicos para fiscalizar a prestação de contas dos candidatos e coibir crimes eleitorais no período de campanha.

Ao receber o documento, o Tribunal compartilhou imediatamente o material com o Ministério Público Eleitoral (MPE). As suspeitas em torno de beneficiários do Programa Bolsa Família também foram compartilhadas com o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDS).

De acordo com a Instrução Normativa nº 18, editada pelo TSE em 16 de agosto deste ano, os indícios de irregularidades serão disponibilizados aos juízes eleitorais para apuração com prioridade, em até cinco dias a partir do conhecimento do caso.

Por se tratarem de indícios de irregularidades que ainda serão devidamente apurados, os nomes dos doadores e beneficiários e eventuais detalhamentos das informações não serão divulgados pela Justiça Eleitoral

Fonte - Campograndenews