Publicado em 29/12/2022 às 12:18, Atualizado em 29/12/2022 às 16:21
Presidente eleito ampliou para 37 o número ministérios para acomodar aliados
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou os 16 nomes restantes que irão comandar os 37 ministérios de seu governo, que assume o País no próximo dia 1º de janeiro. Entre os anunciados estão Simone Tebet, para o Planejamento, e Marina Silva, no Meio Ambiente. Ambas foram fundamentais para angariar votos para o petista, principalmente no segundo turno contra o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PT), e foram muito aplaudidas durante o anúncio.
Além das duas, Lula também anunciou outros importantes nomes, como Renan Filho, no Transportes, Jáder Filho, para Cidades, e Carlos Lupi, presidente nacional do PDT que declarou apoio ao petista no segundo turno, no comando da Previdência.
Para fechar seus ministros, foram apresentados ainda Waldez Góes (Integração Nacional), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Alexandre Silveira (Minas e Energia), André de Paula (Pesca e Aquicultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Daniela do Waguinho (Turismo), Juscelino Filho (Comunicações), Ana Moser (Esportes), Gonçalves Dias (Gabinete de Segurança Institucional), Sonia Guajajara (Povos Originários) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social).
Antes de anunciar os nomes, Lula afirmou que ele e os ministros terão muito trabalho a partir do ano que vem. "Devido a esse desgoverno que o Brasil foi submetido durante todos esses anos, vamos ter que trabalhar em dobro para recuperar".
O presidente eleito disse ainda estar feliz com as escolhas que trouxeram diversidade ao primeiro escalão do governo. "Estou feliz porque nunca antes na história do Brasil tiveram tantas mulheres ministras", disse, sob aplausos. "Também estou feliz porque nunca antes na história do Brasil tivemos uma indígena ministra dos Povos Originários", completou, citando Guajajara.
Líderes no Parlamento
Lula também anunciou os líderes do governo nas Casas do Parlamento brasileiro. O deputado José Guimarães (PT-CE) será o líder na Câmara, e o senador Jaques Wagner (PT-BA) irá representar o novo governo no Senado Federal.
Já o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) será o líder do governo no Congresso Nacional.
Acordos
Na quarta-feira, 28, Lula acertou com os partidos de centro para que MDB, PSD e União Brasil fizessem indicação de três ministérios cada um. Juntas, as legendas somam 143 deputados federais e 31 senadores. As negociações acabaram adiando em um dia o anúncio dos novos ministros.
Com o MDB, ficou firmado o acordo que levou Jader Filho ao Ministérios das Cidades, Renan Filho para o Ministério dos Transportes e Simone Tebet ao Planejamento. O PSD emplacou os senadores Alexandre Silveira na pasta de Minas e Energia, Carlos Fávaro na Agricultura e o deputado André de Paula no Ministério da Pesca.
Já no União Brasil, partido que elegeu Sérgio Moro como senador pelo Paraná, houve uma indefinição até os últimos momentos. A bancada do partido na Câmara tentou colocar o deputado Elmar Nascimento na Integração Nacional, mas a pasta ficou com um apadrinhado do senador Davi Alcolumbre. Uma ala do PT, principalmente da Bahia, resistiu a escolha de Elmar por ele já ter feito críticas ao presidente eleito, inclusive fazendo comentários irônicos sobre sua prisão. A aliados, o próprio deputado afirmou que vai continuar na Câmara neste ano para exercer o cargo de líder da legenda.
Do outro lado do Congresso, no Senado, o ex-presidente da Casa Davi Alcolumbre tem participado das articulações diretamente com Lula. Ele avisou ao partido que, além da Integração Nacional, a legenda vai indicar os nomes dos ministérios do Turismo e das Comunicações, para quais são cotados respectivamente os deputados Juscelino Filho (MA) e Paulo Azi (BA).
Além dos três partidos, o PDT também foi contemplado. O presidente nacional da legenda, Carlos Lupi, vai ser o ministro da Previdência. (* Com informações do Estadão Conteúdo)