Publicado em 11/09/2012 às 08:35, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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A juíza da 36ª zona eleitoral, Elizabeth Rosa Baisch, declarou, nesta segunda-feira (10), que a pesquisa divulgada na edição do último fim de semana do Jornal de Domingo é fictícia. A declaração leva em conta uma série de irregularidades que não foram explicadas nem pelo meio de comunicação, nem pelo instituto Atlas, responsável pelo levantamento. Por isso, a Justiça Eleitoral barrou no sábado (8) a divulgação dos dados, mesmo assim, o jornal publicou os números e continua distribuindo a edição em Campo Grande.
Tudo começou com pedido de impugnação da pesquisa, na sexta-feira (7), por parte da coligação A Força da Gente, comandada pelo deputado estadual Alcides Bernal (PP). A representação levou em conta o fato de no pedido de registro de pesquisa o instituto escrever que foram feitas 1.500 entrevistas, sendo que o correto seria serão feitas, relatou a juíza.
Ela considerou a hipótese de ter ocorrido erro gramatical, por isso, no sábado, solicitou ao instituto Atlas o questionário da amostragem. A decisão também levou em conta o fato de ter avaliado dois dias pouco tempo para realizar 1.500 entrevistas. Liguei para o instituto e conversei com um senhor chamado Cleiton, informou Elizabeth.
Na ocasião, ela começou a detectar as irregularidades. Ele (Cleiton) me disse que a pesquisa foi feita em parceria com um instituto chamado Idope, contou. Nenhuma parceria pode ser feita sem antes informar a Justiça Eleitoral, emendou. Diante da novidade, ela ligou ao outro instituto. Eles negaram a parceria e ainda se declararam decepcionados com tal inverdade, disse a juíza.
Na intenção de dar mais uma chance ao Atlas, Elizabeth deu prazo até as 15h30min de sábado para o instituto apresentar pelo menos parte do questionário com as respostas dos entrevistados. Ninguém apareceu e acolhi o pedido de impugnação da coligação A Força da Gente, porque não existe nada, tudo na pesquisa é fictício, disparou.
Mais irregularidades
Nesta segunda-feira, o Jornal de Domingo apresentou, segundo a juíza, uma petição para explicar a divulgação da pesquisa e a distribuição do jornal. Com a resposta, Elizabeth verificou novas irregularidades. O proprietário disse que não sabia de nada, que estava viajando e que o jornal teria rodado no sábado à noite, contou.
De acordo com a juíza, a pesquisa só estava liberada a partir da meia-noite de sábado. Ele mesmo se condenou, informando ter rodado o jornal com a pesquisa, antes do prazo permitido pela Justiça, ressaltou Elizateth.
No domingo, a Justiça Eleitoral determinou busca a apreensão do material por desrespeito a ordem judicial. Nesta segunda, a edição ainda estava disponível em supermercado na Avenida Eduardo Elias Zahran. O caso vai para o MP (Ministério Público Estadual) e a situação do Jornal se complica por ter divulgado a pesquisa barrada, comentou a juíza.
O desrespeito à ordem judicial poderá acarretar multa de R$ 53 mil a R$ 106 mil e processo criminal contra o Jornal. Procurado pela reportagem, o proprietário do Semanário não pôde atender às ligações. Segundo a telefonista, ele estaria em reunião.