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21/04/2023 às 15:00, Atualizado em 21/04/2023 às 11:51

Justiça suspende afastamento de vereadores investigados por corrupção

Apesar da suspensão dos mandatos, os parlamentares envolvidos continuarão precisando cumprir medidas cautelares impostas pela Justiça.

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Foto - reprodução DouradosNews

Oito vereadores de Maracaju tiveram afastamento de mandatos suspensos pela Justiça. Os parlamentares foram alvos em dezembro do ano passado, da Operação Dark Money, que investiga suspeita de corrupção através do recebimento de propina para aprovação de propostas do Executivo local, quando administrado por Maurílio Azambuja.

Com a decisão proferida na quinta-feira (20/4) pelo juiz da 2ª Vara da Comarca de Maracaju, Raul Ignatius Nogueira, os legisladores Robert Ziemann (PSDB), presidente na época, Jeferson Lopes (Patriota), segundo vice-presidente e o primeiro secretário da Mesa Diretora, Antônio João Marçal de Souza, poderão retomar os trabalhos na Casa.

Também foram beneficiados Ludimar Portela (MDB), conhecido como ‘Nego do Povo’, Nenê da Vista Alegre (MDB), Hélio Albarello (MDB), Laudo Sorrilha (PSDB) e João Gomes Rocha, o Joãozinho Rocha (MDB).

No entender do magistrado, a manutenção do afastamento dos eleitos não vai interferir nas investigações sobre o caso, “sob pena de se transformar em verdadeira antecipação da pena, num caso onde sequer houve efetiva formação da relação processual com apresentação de denúncia e exercício regular do contraditório e ampla defesa”, diz trecho da decisão que o Dourados News teve acesso.

Apesar da suspensão dos mandatos, os parlamentares envolvidos continuarão precisando cumprir medidas cautelares impostas pela Justiça.

A reportagem tentou contato com a Câmara de Maracaju, porém, por conta do feriado, não foi atendida. O espaço para manifestação da Casa de Leis, se assim desejar, segue aberto.

A operação

Os vereadores citados foram alvos da terceira fase da Operação Dark Money – denominada ‘Mensalinho’ -, que cumpriu mandados de busca e apreensão em Maracaju e Rio Brilhante no início de dezembro de 2022, durante ação de policiais civis do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).

Em nota distribuída à imprensa na época, a Polícia Civil apontava que o esquema realizava pagamentos a partir de uma conta clandestina aberta em nome da prefeitura de Maracaju, sem conhecimento ou auditoria dos órgãos de controle.

Esses repasses eram feitos por meio de cheques ou até mesmo em espécie, dificultando o rastreio. O dinheiro era recebido diretamente pelos parlamentares ou por ‘laranjas’ indicados por eles.

As investigações tiveram início em 2021 e apuram desvios de mais de R$ 23 milhões dos cofres públicos municipais.

Segundo nota oficial, as propinas eram pagas pelo então prefeito com a anuência de outros servidores e integrantes da gestão municipal.

O esquema tinha como objetivo afrouxar a fiscalização das contas da prefeitura pela Câmara, além de aprovar projetos, leis que eram de interesse da prefeitura.

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