Parte dos invasores bolsonaristas que protagonizaram atos de vandalismo nos prédios dos três poderes em Brasília, no último domingo (8), afirmou ter sido financiada por "gente do agro".
A informação foi divulgada na manhã desta segunda-feira (9) pela TV Globo, que revelou ter apurado os detalhes junto à Polícia Civil.
Segundo os relatos, cerca de 30 das 204 pessoas autuadas no domingo pelo episódio relataram que receberam financiamento de "gente do agro". Os depoimentos dão conta de que estes vândalos, de diversos estados, tiveram disponibilizados transporte, alimentação e todas as facilidades necessárias para comparecer aos atos antidemocráticos do fim de semana.
Ainda de acordo com a reportagem da TV Globo, a Polícia Civil do Distrito Federal agora trabalha para tentar determinar quem seriam essas pessoas ligadas ao setor do agronegócio responsáveis pelo financiamento do ataque.
Entenda o ocorrido:
Milhares de manifestantes golpistas, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), invadiram prédios públicos em Brasília na tarde do último domingo (8).
Sedes de órgãos como o Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto e Congresso Nacional foram depredados pelos vândalos em um ataque sem precedentes à democracia.
Foram registrados alguns confrontos com a polícia, mas a atuação da corporação, no geral, foi bastante criticada por se mostrar conivente com os atos de vandalismo dos manifestantes.
Por volta das 17 horas, seguranças conseguiram retomar o prédio do STF e expulsar os invasores, que, no entanto, seguiram nas proximidades da Praça dos Três Poderes.
Somente durante a noite os prédios públicos foram totalmente retomados pelas forças policiais. Congressistas tiveram acesso aos locais e divulgaram vídeos com o estrago feito pela depredação dos golpistas.
Até o fim da noite de domingo, cerca de 300 pessoas haviam sido presas pelos atos de vandalismo.
Consequências políticas
Diante do ocorrido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento em Araraquara, no interior de São Paulo, em que determinou a intervenção federal na área de Segurança Pública do Distrito Federal até 31 de janeiro.
O secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, foi exonerado do cargo pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), que, por sua vez, teve o afastamento do cargo determinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, em decreto válido por 90 dias.
Em vídeo, Ibaneis desculpou-se com Lula, a presidente do STF, Rosa Weber, e os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP) e Rodrigo Pacheco (PSD). "São verdadeiros vândalos. Verdadeiros terroristas que terão de mim todo o efetivo combate para que sejam punidos."
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