Publicado em 27/01/2017 às 14:04, Atualizado em 27/01/2017 às 12:28

Indiciado na Lava Jato, Eike Batista doou para campanhas de Puccinelli e Delcídio

Políticos sul-mato-grossenses receberam, pelo menos, R$ 1,3 milhão do empresário.

Redação,
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Reprodução Topmidianews

Com negócios em Mato Grosso do Sul, o empresário Eike Batista financiou as candidaturas do ex-governador André Puccinelli (PMDB) e do ex-senador Delcídio do Amaral (então PT) durante as campanhas políticas de 2006, quando ele desembolsou R$ 4,38 milhões em doações para sete candidatos e para os comitês financeiros de PMDB, PFL, PSB, PT e PDT.

O levantamento é da revista Veja, que rastreia os interesses políticos do ex-bilionário, agora foragido da Justiça, após mandado de prisão no âmbito da Operação Lava Jato. Puccinelli e Delcídio receberam R$ 400 mil cada um, mesmo valor repassado para o PMDB do Rio de Janeiro, reduto do ex-governador Sérgio Cabral.

O então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) levou R$ 1 milhão. Nas eleições seguintes, em 2008, o empresário forneceu R$ 50 mil para os candidatos à prefeitura da pequena Conceição do Mato Dentro (MG), Breno Costa (DEM) e Reinaldo Guimarães (PMDB), onde a MMX, mineradora de Eike, produzia minério de ferro.

Também foram agraciados com a ‘generosidade’ do empresário, os ex-prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), e de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB). As doações foram, respectivamente, de R$ 500 mil e R$ 400 mil. Entre os presidenciáveis, o tucano José Serra e a petista Dilma Rousseff receberam R$ 1 milhão de reais cada, enquanto Marina Silva (PV) ficou com R$ 500 mil.

Na eleição de 2010, as doações oficiais de Eike somam a cifra de R$ 6 milhões, divididas entre cinco candidatos e os comitês financeiros de PSDB, PT, PR, PSB, PV, PCdoB, PDT e DEM. Em Mato Grosso do Sul, Delcídio recebeu R$ 500 mil. Candidato à reeleição no Rio, Cabral ganhou R$ 750 mil e Cristovam Buarque (PDT-DF) foi beneficiado com a bagatela de R$ 100 mil.

Ainda de acordo com a Veja, a única eleição em que o empresário preferiu fazer doações por meio de uma de suas empresas, e não de sua pessoa física, foi a de 2012. Naquele ano, a MMX doou R$ 500 mil, distribuídos entre PMDB, PSD, DEM, PP, PSDB, PTB, PTC e PSB. No total, foram R$ 12,6 milhões repassados para 13 partidos e diversos candidatos 2006 e 2012, conforme o Sistema de Prestação de Contas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral.

Eike e a Lava Jato

Em 26 de maio de 2016, Eike Batista prestou depoimento voluntariamente para a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba. Na época, ele disse que fazia doações generosas para as campanhas políticas para cumprir com seu papel cívico. “Fazia isso constantemente como brasileiro, essa é minha contribuição política, quero que a democracia flua”.

No entanto, as investigações da Operação Eficiência identificaram o pagamento de propinas milionárias para diversos políticos brasileiros, especialmente para o ex-governador carioca, Sérgio Cabral, em troca de contratos igualmente generosos. Nesta fase da Lava Jato, a Polícia Federal investiga crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva, além de organização criminosa.

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