O governo federal decidiu, nesta quarta-feira (16), que o horário de verão não será retomado neste ano. A decisão foi tomada em reunião presidida pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que contou com a presença de outros membros do governo.
A medida havia sido fortemente recomendada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) ao longo do mês de setembro, para dar uma folga ao fornecimento de energia frente à forte estiagem que assolava o país. A proposta perdeu força com a volta do período chuvoso, e vai ser avaliada, nos próximos meses, se vai ser retomada a partir de 2025.
"Nós hoje, na última reunião com o ONS [Operador Nacional do Setor Elétrico], chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período, para este verão", declarou Silveira .
O ministro afirmou que o governo tem "a segurança energética assegurada", com o início de um processo de restabelecimento "ainda muito modesto" da condição hídrica no país. "Temos condições de chegar depois do verão em condição de avaliar, sim, a volta dessa política em 2025", comentou.
Debate ficou para 2025
Segundo o ONS, o horário de verão ajuda a aumentar o aproveitamento das fontes de energia solar e eólica, além de reduzir a demanda máxima em até 2,9%.
Desde a criação da medida, em 1985, o horário de verão tem o objetivo de promover uma economia no consumo de energia ao aproveitar mais tempo de luz natural. Em 2019, quando foi suspenso, a justificativa foi de que a mudança de comportamento da sociedade fez a medida deixar de ser eficaz.
A medida voltou à tona em 2024 não por sua eficácia para economizar energia, mas por ser uma alternativa de aproveitamento da geração de energia solar, reduzindo o acionamento de termelétricas – mais caras e poluentes.
Ao adotar o horário de verão, o pico de consumo é deslocado para o horário com mais geração solar, reduzindo a necessidade de complementar a geração com mais usinas térmicas.
"É importante que ele [horário de verão] seja sempre considerado, ele não pode ser fruto de uma avaliação apenas dogmática ou de cunho político. É uma política que tem reflexos tanto positivos quanto negativos no setor elétrico e na economia, portanto, deve sempre estar na mesa para uma avaliação precisa do governo federal", declarou Alexandre Silveira.
O próprio ministro tinha afirmado que o período mais relevante para a volta do horário de verão seria entre 15 de outubro e 30 de novembro. O presidente Lula já disse que uma eventual mudança nos relógios só aconteceria após o segundo turno das eleições, marcado para o dia 27 de outubro.
Para sustentar a decisão, a pasta de Alexandre Silveira pediu estudos ao Operador Nacional do Sistema Elétrico sobre alternativas para compensar o que seria a economia causada pelo horário diferenciado, estimada em R$ 400 milhões — como buscar termelétricas mais baratas e ampliar o uso de linhas de transmissão de Itaipu.
Com informações do Portal IG
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