Publicado em 09/03/2024 às 06:12, Atualizado em 08/03/2024 às 23:12
Números da pesquisa mostram que o governo ainda tem o maior apoio desse grupo, mas são os segmentos que apresentaram maior queda. Queda chama atenção em um momento em que economia acumulou boas notícias.
Pesquisa Ipec divulgada nesta sexta-feira (8) mostra que a avaliação do governo Lula caiu no seu eleitorado raiz: na região Nordeste, entre os menos instruídos e entre os católicos. Mas o que chama mais atenção é a queda entre os que votaram no presidente em 2022.
Embora os segmentos tenham apresentado a maior queda, eles mostram o maior apoio do governo.
O levantamento foi realizado entre os dias 1º e 5 de março, com 2 mil pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Entre dezembro de 2023 e março, a pesquisa aponta que a avaliação positiva de Lula entre os que votaram nele caiu oito pontos, de 69% para 61%. No Nordeste, a queda foi de 52% para 43% e entre os que ganham até um salário mínimo a queda foi maior: de 51% para 39%.
Quem declara ter votado em Lula em 2022: de 69% para 61%;
Moradores do Nordeste: de 52% para 43%;
Quem tem renda familiar mensal de até 1 salário mínimo: de 51% para 39%;
Autodeclarados pretos e pardos: de 43% para 35%;
Mulheres: de 40% para 33%;
Aqueles que têm ensino médio: de 33% para 26%.
Os números da pesquisa mostram que o governo não tá conseguindo chegar nessas pessoas e chama mais atenção essa dificuldade em um momento em que economia acumulou boas notícias, como o crescimento do PIB, divulgado no começo de março. A inflação dos alimentos pode ter peso, mas a pesquisa aponta que esses bons momentos, como aumento no emprego, não estão chegando à essa fatia da população.
No atual levantamento, a avaliação ótima/boa da gestão do presidente Lula é mais expressiva entre:
quem declara ter votado no presidente em 2022 (61%);
os menos instruídos (44%);
moradores da região Nordeste (43%);
católicos (39%).
Já a avaliação ruim/péssima se destaca entre:
quem declara ter votado em Jair Bolsonaro na eleição de 2022 (63%);
quem tem renda mensal familiar superior a 5 salários mínimos (45%);
quem vive na região Sul (42%);
evangélicos (41%).
Outro ponto que pode ter contribuído para a queda de aprovação de quem ganha até um salário mínimo é porque uma série de políticas públicas de assistência social que existem ao redor do Bolsa Família não estão chegando a quem precisa.
O resultado da Ipec mostra um "sinal vermelho" para o governo em ano de eleição e as cidades grandes é onde o PT vai colocar todas as suas fichas.
Pode haver uma percepção de que Lula também está muito preocupado com a política externa e menos com o preço dos alimentos. Nos governos anteriores do petista, ele falava e se emocionava muito mais dos problemas de quem recebe um salário mínimo, o que não acontece no governo Lula 3.
Lula não está falando com o seu eleitor e o governo precisa voltar a falar a linguagem de quem garantiu a eleição dele.
Com informações do Portal G1