Publicado em 09/08/2022 às 06:34, Atualizado em 08/08/2022 às 18:02

Forças Armadas querem usar boletim de urnas para fazer contagem paralela na eleição

Outra possibilidade estudada por militares seria conseguir acesso aos dados repassados pelos tribunais regionais ao TSE

Redação,
Cb image default
Foto - Reprodução Yahoo Notícias
 Membros das Forças Armadas estão se planejando para fazer uma contagem paralela dos votos na eleição de outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A medida já estava sendo estimulada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que falou em uma contagem paralela e costuma por em dúvida a capacidade do Tribunal Superior Eleitoral de evitar possíveis fraudes – mesmo que, até hoje, nenhum caso tenha sido comprovado.

Segundo o Estadão, integrantes do Ministério da Defesa admitiram que têm pensado em uma estratégia: os militares devem usar boletins de urna depois do encerramento da votação para fazer uma segunda contagem.

Os BUs são impressos pelas urnas eletrônicas ao fim da votação e mostram o número de votos que cada candidato recebeu, além de brancos e nulos. Os dados são os mesmos computados pelas urnas e enviados ao Tribunal Superior Eleitoral.

Outra possibilidade estudada por militares seria conseguir acesso aos dados repassados pelos tribunais regionais ao TSE.

Ainda de acordo com o jornal, militares que trabalham no Ministério da Defesa e acompanham o processo de “fiscalização das urnas” dizem que o TSE não foi informado sobre a ideia de fazer a contagem paralela. O procedimento não foi oficializado.

Ao jornal, um general explicou que a oficialização do processo defende de uma decisão política do ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.

Código fonte das urnas

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, enviou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um pedido para acessar os códigos-fontes dos sistemas eleitorais. Segundo o site Poder 360, o ofício foi classificado como “urgentíssimo”: o prazo à corte para o agendamento é de 2 a 12 de agosto.

Nogueira afirma que a necessidade da resposta se deve ao “exíguo tempo disponível até o dia da votação”. O 1º turno das eleições está marcado para 2 de outubro.

Já o TSE afirma que o acesso aos códigos-fonte do sistema de votação foi aberto em outubro do ano passado, e que todos os mecanismos de auditagem continuam vigentes.