Apesar de não ter mais mandato, Rafael Tavares (PRTB) concedeu entrevista coletiva, nesta segunda-feira (4), como uma espécie de último ato como parlamentar da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul. O agora ex-deputado negou que seu partido tenha fraudado a cota de gênero em 2022, criticou a rapidez de seu julgamento pela Justiça Eleitoral, defendeu a união da direita com candidatura própria em Campo Grande e chapa forte de vereadores.
Tavares teve o mandato cassado após o Tribunal Superior Eleitoral confirmar decisão do Tribunal Regional Eleitoral de MS que condenou o PRTB a perder todos os votos na chapa a deputado estadual por ter lançado duas candidaturas femininas fictícias e ter deixado de cumprir o percentual de 30% previsto em lei.
A vaga foi herdada pelo ex-prefeito de Corumbá Paulo Duarte (PSB), que vai para seu quarto mandato na Assembleia Legislativa.
Rafael Tavares afirma que não vai desistir de reaver seu mandato, embora as chances de sucesso sejam praticamente nulas, e pretende recorrer até o Supremo Tribunal Federal. Ele diz que não há provas de que o PRTB fraudou a cota feminina e o que houve foi um erro, que não justifica sua cassação.
“Não tivemos apresentação de prova robusta de fraude. O erro não cassa ninguém, fizeram como se o PRTB tivesse cometido uma fraude. Não ficou comprovado no nosso processo conluio à cota de gênero”, declarou Tavares.
O ex-deputado também criticou a rapidez com que foi julgada a ação protocolada pelo União Brasil e pelo então presidente do diretório municipal da sigla, o advogado Rhiad Abdulahad.
“Fui cassado com um mês de mandato, de uma forma muito ágil, [a Justiça] fez uma coisa que eu nunca tinha visto, que é ser julgado de forma rápida. Não tenho padrinho político, não deve favor a ninguém, e isso incomodou muita gente”, afirmou.
Tavares diz que outros partidos respondem a ações semelhantes e até agora não foram a julgamento. “O Podemos e União Brasil estão com o mesmo problema e não foram julgados. É muito estranho eu ser julgado de maneira tão rápida sem prova robusta, sem que os outros dois partidos, que são base do governo, não foram julgados”, criticou.
Ao falar sobre seu futuro e as eleições municipais de 2024, Rafael anunciou que vai deixar o PRTB e ir para o PL, de Jair Bolsonaro, e defendeu união da direita em Campo Grande com uma candidatura própria a prefeito e chapa forte para a Câmara de Vereadores.
“Estou indo para o PL a convite do presidente Bolsonaro, do João Henrique, do [Capitão] Contar, todo esse grupo de direita. Defendo a união da direita aqui em Campo Grande. Em 2018 tivemos candidatos que surfaram a onda de Bolsonaro e depois roeram a corda, vocês sabem quem são. Precisamos de uma bancada na Câmara Municipal, com um bloco para defender as agendas conservadoras, com uma boa chapa de vereadores”, explicou.
A cassação de Rafael Tavares ficará para sempre marcada como a primeira em 45 anos de história da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.
“Isso vai ficar marcado na cabeça do sul-mato-grossense. A população vai dar o troco nas urnas. Foram 18.224 votos. Este será um ano de muita luta. O presente pode ser deles [esquerdistas], mas o futuro será nosso”, concluiu.
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