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10/08/2022 às 08:00, Atualizado em 09/08/2022 às 17:49

Escolha de Barbosinha para ser vice de Riedel pode azedar relação em Dourados

Prefeito de Dourados, Alan Guedes (PP) ainda não digeriu escolha do algoz nas eleições de 2020 para ser vice do tucano

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O prefeito de Dourados, Alan Guedes (PP), está com Riedel, mas não esconde que o vice dele, Barbosinha, é seu adversário político - DIVULGAÇÃO

A escolha do deputado estadual José Carlos Barbosa, Barbosinha (PP), para ser vice na chapa do candidato Eduardo Riedel (PSDB) ao governo de Mato Grosso do Sul azedou o clima no PP de Dourados e também dentro da própria aliança no segundo maior colégio eleitoral do Estado.

O prefeito de Dourados, Alan Guedes (PP), que já não nutria uma boa relação com Barbosinha desde que o deputado não o procurou para aparar as arestas após ter perdido nas eleições de 2020, desistiu até mesmo de participar da convenção de Eduardo Riedel na sexta-feira (5), quando ficou sabendo que Barbosinha seria o vice do candidato tucano.

O Correio do Estado apurou que Alan Guedes estava em Campo Grande e chegou muito próximo do local onde foi realizada a convenção do PSDB. Mas, ao saber que Barbosinha seria vice de Eduardo Riedel, ficou negativamente surpreso com a notícia e decidiu não participar.

“O Alan estava no carro, mas, ao saber da notícia, nem entrou na convenção”, disse uma fonte ao Correio do Estado.

“Vamos embora daqui”, afirmou Guedes ao saber que seu algoz em 2020 seria o vice de Riedel, candidato que apoia para o governo neste ano.

Dois dias antes de Barbosinha ter sido anunciado como vice da chapa de Eduardo Riedel ao governo de Mato Grosso do Sul, Alan Guedes teria participado de um evento da pré-candidatura do tucano em Dourados, que contou com a presença de mais de 1.500 pessoas.

No gabinete de Alan Guedes, a leitura é de que, em uma eventual vitória de Eduardo Riedel, o governo do Estado poderia apoiar Barbosinha para prefeito de Dourados em uma disputa contra Guedes, que pretende tentar a reeleição em 2024. O prefeito de Dourados não teria aceitado bem a decisão de última hora do PSDB.

Até a noite de quinta-feira (4), os tucanos tinham o acordo para lançar um vice do Republicanos, e a pessoa seria de Dourados. O nome mais cotado era o do bispo Marcos Vitor, da Igreja Sara Nossa Terra.

Na sexta-feira (6), pela manhã, Barbosinha chegou a ser lançado candidato a deputado estadual pelo PP, mas logo em seguida recebeu o convite para ser vice de Riedel. Ele aceitou prontamente.

Na região da Grande Dourados e até mesmo dentro do próprio partido, Barbosinha não teria vida fácil. Nestas eleições, disputaria voto com nomes como Marçal Filho, Londres Machado e Gerson Claro. O partido ainda tem Evander Vendramini, de Corumbá, que também tentará a reeleição.

Relações

A relação entre Alan Guedes, o candidato a governador Eduardo Riedel e o governador Reinaldo Azambuja é boa, conforme informaram pessoas de Dourados ligadas ao prefeito.

Pudera, o governo de Mato Grosso do Sul executou obras importantes na cidade, as quais ajudaram a melhorar a popularidade do atual prefeito, como o recapeamento de avenidas principais.

A situação com Barbosinha, porém, é diferente. Segundo a fonte informou ao Correio do Estado, Barbosinha até hoje “não teria descido do palanque e não teria engolido a derrota para Alan Guedes”.

Quando Guedes venceu Barbosinha, ele já estava no PP, e o deputado, que teve o apoio do governo, estava no antigo DEM.

A fusão do DEM com o PSL, que deu origem ao União Brasil, fez Barbosinha seguir a deputada federal e candidata ao Senado Tereza Cristina e, ao mesmo tempo, ser obrigado a conviver com Alan Guedes no mesmo partido e na mesma cidade.

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