Publicado em 02/07/2012 às 18:20, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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Depois de diversas tentativas frustradas de negociação com o governo, delegados da Polícia Federal lançaram a campanha "Deixe a Polícia Federal trabalhar". Os delegados reclamam que, "além de não negociar com a categoria, o governo está cada vez mais dificultando o trabalho da Polícia Federal".
A decisão foi tomada após uma reunião na Secretaria Executiva do Ministério do Planejamento, no dia 29 de junho, com representantes de diversas carreiras. O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, reclamou que o governo teria mostrado uma "postura extremamente arrogante e insensível, que não quer efetivamente dialogar".
A ADPF divulgou nota hoje dizendo que "virou rotina na PF lidar com cortes no orçamento, falta de pessoal, capacidade operacional reduzida e indefinição de postos estratégicos". A categoria também decidiu fazer uma "Operação Estrita Legalidade", na qual, segundo a ADPF, a velha máxima entre os delegados de que "missão dada é missão cumprida" será substituída por "missão dada será missão cumprida se o governo der condições de trabalho".
Os delegados reclamam ainda de limitações nas diárias para viagem. O presidente da ADPF interpreta a situação como "recado claro" do governo para "parar as operações". "Se não querem que a Polícia Federal trabalhe, então tenham a coragem de assumir isso, em vez de ficar pedindo explicações excessivas de caráter protelatório", afirmou Ribeiro. De acordo com ele, em época de eleição, os policiais federais precisam percorrer os Estados investigando casos de corrupção eleitoral, o que seria impossível sem as diárias.
Os delegados chegaram a considerar lançar campanhas durante a Rio+20, mas após reuniões com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foram convencidos a abandonar a ideia, para não prejudicar o evento.