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30/06/2022 às 08:30, Atualizado em 29/06/2022 às 21:48

Em carta, Guimarães oficializa saída da Caixa e nega assédio a funcionárias

Guimarães afirmou que sua ascensão profissional não ocorreu em decorrência de "troca de favores" ou "pagamento por qualquer vantagem".

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Divulgação

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, oficializou, em carta (leia a íntegra abaixo), o seu pedido de demissão do cargo após as denúncias de assédio sexual de funcionárias contra ele serem divulgadas pela imprensa. No texto, entregue ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e divulgado em suas redes sociais, o economista declarou que combateu o assédio dentro do banco, negou as acusações e disse ser colocado em uma "situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade".

Guimarães afirmou que sua ascensão profissional não ocorreu em decorrência de "troca de favores" ou "pagamento por qualquer vantagem".

Indicado ao cargo pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2019, o agora ex-presidente da Caixa declarou que "notícias e informações equivocadas" atingiram sua esposa, os dois filhos, seu casamento de 18 anos "antes que se possa contrapor um mínimo de argumentos de defesa". Ele também citou a abertura de investigação do MPF (Ministério Público Federal) para apurar as denúncias. Agora, o MPT (Ministério Público do Trabalho) do Distrito Federal e o TCU (Tribunal de Contas da União) também apuram o caso.

Além disso, o economista destacou no texto algumas premiações do banco estatal e alegou que o seu trabalho à frente da empresa sempre foi "pautado pela visão do respeito, da igualdade, da regularidade e da meritocracia, buscando oferecer o melhor resultado para a sociedade brasileira em todas as nossas atividades".

Guimarães ainda corroborou às informações do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente, ao jornal O Estado de São Paulo, ao afirmar que deixa o cargo para não "prejudicar a instituição ou o governo sendo um alvo para o rancor político em um ano eleitoral".

Por fim, Guimarães disse que irá se defender "das perversidades lançadas contra mim, com o coração tranquilo daqueles que não temem o que não fizeram". "A minha confiança de que a verdade prevalecerá."

Confira abaixo a íntegra da carta de demissão assinada pelo ex-presidente da Caixa:

"À população brasileira e, em especial, aos colaboradores e clientes da CAIXA:

A partir de uma avalanche de notícias e informações equivocadas, minha esposa, meus dois filhos, meu casamento de 18 anos e eu fomos atingidos por diversas acusações feitas antes que se possa contrapor um mínimo de argumentos de defesa. É uma situação cruel, injusta, desigual e que será corrigida na hora certa com a força da verdade.

Foi indicada a existência de um inquérito sigiloso instaurado no Ministério Público Federal, objetivando apurar denúncias de casos de assédio sexual, no qual eu seria supostamente investigado. Diante do conteúdo das acusações pessoais, graves e que atingem diretamente a minha imagem, além da de minha família, venho a público me manifestar.

Ao longo dos últimos anos, desde a assunção da Presidência da CAIXA, tenho me dedicado ao desenvolvimento de um trabalho de gestão que prima pela garantia da igualdade de gêneros, tendo como um de seus principais pilares o reconhecimento da relevância da liderança feminina em todos os níveis da empresa, buscando o desenvolvimento de relações respeitosas no ambiente de trabalho e por meio de meritocracia.

Como resultados diretos, além das muitas premiações recebidas, a CAIXA foi certificada na 6ª edição do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), além também de ter recebido o selo de Melhor Empresa para Trabalhar em 2021 - Great Place To Work®, por exigir de seus agentes e colaboradores, em todos os níveis, a observância dos pilares Credibilidade, Respeito, Imparcialidade e Orgulho.

Essas são apenas algumas das importantes conquistas realizadas nesse trabalho, sempre pautado pela visão do respeito, da igualdade, da regularidade e da meritocracia, buscando oferecer o melhor resultado para a sociedade brasileira em todas as nossas atividades.

Na atuação como Presidente da CAIXA, sempre me empenhei no combate a toda forma de assédio, repelindo toda e qualquer forma de violência, em quaisquer de suas possíveis configurações. A ascensão profissional sempre decorre, em minha forma de ver, da capacidade e do merecimento, e nunca como qualquer possibilidade de troca de favores ou de pagamento por qualquer vantagem que possa ser oferecida.

As acusações noticiadas não são verdadeiras! Repito: as acusações não são verdadeiras e não refletem a minha postura profissional e nem pessoal. Tenho a plena certeza de que estas acusações não se sustentarão ao passar por uma avaliação técnica e isenta.

Todavia, não posso prejudicar a instituição ou o governo sendo um alvo para o rancor político em um ano eleitoral. Se foi o propósito de colaborar que me fez aceitar o honroso desafio de presidir com integridade absoluta a CAIXA, é com o mesmo propósito de colaboração que tenho de me afastar neste momento para não esmorecer o acervo de realizações que não pertence a mim pessoalmente, pertence a toda a equipe que valorosamente pertence à CAIXA e também ao apoio de todos as horas que sempre recebi do Senhor Presidente da República, Jair Bolsonaro.

Junto-me à minha família para me defender das perversidades lançadas contra mim, com o coração tranquilo daqueles que não temem o que não fizeram.

Por fim, registro a minha confiança de que a verdade prevalecerá.

Pedro Guimarães"

Com informações do UOL

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