Durante o ato político “Reaja Brasil”, realizado na manhã deste domingo (3), na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande (MS), em prol da anistia dos presos do 8 de Janeiro de 2023 e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado federal Marcos Pollon (PL) acusou as lideranças nacionais do partido, leia-se o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente nacional da sigla Valdemar Costa Neto, de entregarem a legenda para o PSDB de Mato Grosso do Sul, que hoje é presidido pelo ex-governador Reinaldo Azambuja.
Em cima do caminhão de som utilizado pela organização do ato político para discursos das lideranças da direita, principalmente as ligadas ao PL, o parlamentar fez duras críticas a Bolsonaro e Valdemar pela aliança com Azambuja no Estado.
“Quem aqui engoliu o PSDB ter engolido o PL? Palmas para quem engoliu esse teatro absurdo porque eu não engoli! Eu vim aqui pedir para subir (no caminhão de som), porque eu não ia falar hoje, eu não ia subir hoje. Só que o Rodolfo (deputado federal do PL) falou que quem não subir é covarde!”, declarou no microfone.
Pollon prosseguiu, completando que não era covarde. “Pois então, eis aqui o covarde que pediu para subir e não deixaram, justamente para denunciar aqueles – Bolsonaro e Valdemar - que entregaram o PL para a porcaria do PSDB. Canalhas e eu falo na cara, eu quero que se fo..., tá? Pollon, você acabou de enterrar sua carreira política, fo...-se! Eu não vou entregar meu País, po...! Canalhas, canalhas, canalhas”, concluiu.
Entenda
Essa não é a primeira vez que Pollon critica o ex-presidente Bolsonaro por ter feito a aliança com o PSDB nas eleições municipais de Campo Grande no ano passado, principalmente depois que foi tirado do comando estadual da sigla.
Em 2024, depois que Bolsonaro percebeu que a performance do deputado federal no comando do PL estadual não estava rendendo, ele acabou por atender pedidos do PSDB nacional para compor com os tucanos em sul-mato-grossense.
Já em 2022, Bolsonaro também apoiou o então candidato a governador pelo PRTB, o deputado estadual Capitão Contar, que acabou perdendo para o candidato do PSDB, Eduardo Riedel. Temendo que o desgaste da direita fosse maior, Bolsonaro aceitou coligar com o PSDB para garantir vagas ao Senado Federal em 2026.
No entanto, Pollon preferiu sair atirando com um discurso de que não se venderia, pois, para ele, o ex-presidente entregou o partido no colo de Azambuja e, diante desse posicionamento, dificilmente o deputado federal vai continuar no PL e deve procurar uma nova legenda para disputar as eleições do próximo ano, seja para a reeleição ao mesmo cargo, seja para senador ou até, mesmo, como candidato a governador.
Outro lado
Procurado pelo Correio do Estado, Pollon respondeu, via assessoria de imprensa, que ele foi para manifestação “Reaja Brasil” como cidadão e protestou como cidadão. O deputado federal declarou ainda que o também deputado federal Rodolfo Nogueira falou, em cima do trio elétrico, que o político que não subisse e falasse lá hoje era covarde.
Por isso, ainda conforme a assessoria de imprensa, o parlamentar pediu para subir e teria sido barrado. “Após o Pollon abrir uma live nas suas redes sociais, eles mudaram de ideia e o chamaram para subir e discursar. Em seu discurso, Pollon denunciou o uso eleitoreiro das manifestações deste domingo por alguns políticos do Estado”, afirmou.
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