Publicado em 05/05/2022 às 13:42, Atualizado em 05/05/2022 às 13:44
De acordo com fontes não identificadas ouvidas pela agência de notícias Reuters, diretor do serviço de inteligência dos Estados Unidos fez alerta em reunião a portas fechadas em julho de 2021.
O diretor da CIA, o serviço de inteligência dos Estados Unidos, disse a integrantes do governo Bolsonaro que o presidente deveria deixar de questionar a integridade das eleições no país, informou a agência de notícias Reuters nesta quinta-feira (5).
A agência disse ter conseguido a informação com fontes que falaram com a condição de que não fossem identificadas.
O alerta, segundo a Reuters, foi feito por William Burns – o diretor da CIA – em uma reunião em julho de 2021, de acordo com duas fontes ouvidas pela agência de notícias.
Ainda não está claro onde a reunião ocorreu. Porém, a Reuters afirma que Burns esteve no Brasil em julho, em viagem não estava prevista em sua agenda oficial. Na ocasião, o diretor da CIA encontrou Bolsonaro, o ministro-chefe do Gabinete Institucional, o general Augusto Heleno, e o então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem.
De acordo com a agência, Burns jantou com o generais Augusto Heleno e o Luiz Eduardo Ramos, ministro de Estado Chefe da Secretaria-Geral da Presidência durante a mesma visita à Brasília, a quem o norte-americano disse que o processo democrático é sagrado, e que Bolsonaro não deveria se referir a ele publicamente como vinha fazendo.
Uma fonte da Reuters em Washington, que também não quis se identificar, confirmou que uma delegação liderada pelo diretor da CIA aconselhou a assistentes de Bolsonaro que o presidente brasileiro deixasse de "subestimar o sistema de votação no Brasil".
Bolsonaro tem feito constantes ataques ao sistema eleitoral do Brasil e ao voto eletrônico, sem apresentar provas.
Segundo a Reuters, nem o governo Bolsonaro nem a CIA comentaram sobre o alerta.