A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou em entrevista publicada neste sábado (18) que não descarta se candidatar ao Senado ou à Câmara dos Deputados nas eleições de 2018. Apesar de ter sofrido um impeachment em agosto, Dilma não perdeu os direitos políticos e pode, portanto, tentar se eleger para cargos públicos.
"Eu não serei candidata a presidente da República", afirmou a ex-presidente em entrevista para a agência de notícias AFP, seis meses depois de ter sido destituída sob a acusação de maquiar as contas públicas.
"Agora, atividade política, eu nunca vou deixar de fazer. Eu não afasto a possibilidade de me candidatar ao cargo de senadora ou deputada."
Questionada sobre o escândalo de corrupção da Petrobras, Dilma expressou frustração. "Esses assuntos são extremamente complexos. Até hoje ninguém no Brasil sabe sobre todos os casos de corrupção", afirmou a ex-presidente, que mantém em sua conta do Twitter a descrição de "presidenta eleita do Brasil".
A ex-presidente diz que repassa de forma sistemática os documentos do processo de impeachment que a retirou do poder e colocou no cargo o seu vice, Michel Temer, a quem acusou de liderar um golpe parlamentar. "Foi a chamada justiça do inimigo: não se julga, se destrói", afirmou.
A ex-presidente, de 69 anos, disse que não enfrenta problemas ao percorrer as ruas do bairro Tristeza, onde vive em Porto Alegre, nem quando viaja ao Rio de Janeiro para visitar sua mãe. Embora tenha um segurança, ela diz que "nada impede que alguém me agrida".
Sem receber pensão devido ao tempo como presidente da República, ela vive com um salário mensal de 5.300 reais que recebe de aposentadoria por ter sido funcionária do estado do Rio Grande do Sul e complementa sua renda com o aluguel de quatro apartamentos familiares.
A entrevista foi realizada nesta sexta-feira em Brasília, onde Dilma participou de um evento organizado pela ala feminina do PT.
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