Publicado em 20/01/2025 às 09:02, Atualizado em 20/01/2025 às 00:06
Trabalhos na Assembleia retornam em fevereiro após o recesso de fim de ano
Os deputados estaduais que integram a Assembleia Legislativa devem viver um ano político bastante agitado, com diversos fatores políticos previstos e outros decorrentes, além dos imprevistos, influenciando fortemente a atuação dos parlamentares.
A reacomodação do quadro partidário com fusões, formação de Federações deve alterar as bancadas fazendo com partidos deixem de existir, as composições de grupos para a disputa eleitoral do próximo ano e por fim a abertura de vagas no Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul sendo uma destinada à indicação dodos deputados, com a aposentadoria do conselheiro Jerson Domingos, prevista para o mês de novembro, mas ainda existe a possibilidade de abertura de mais três vagas, caso venha a se confirmar em definitivo afastamento dos conselheiros Iram Coelho das Neves, Osmar Jerônimo, Waldir Neves e Ronaldo Chadid, cujos substitutos devem ter os nomes aprovados pelos parlamentares.
Muito embora tenha acontecido quase por aclamação a reeleição na Mesa diretora do poder Legislativo, deixou sinais de que para os próximos anos os bastidores não devem ser muito tranquilos, o que já é comum em anos pré-eleitorais. Até deputados com posicionamentos menos polêmicos, como Paulo Duarte (PSB), deram declarações de que uma grande mudança já está se prenunciando no Legislativo Estadual. “A eleição da Mesa diretora deu-se por consenso, mas para os próximos anos há um clamor por mudanças” disse o parlamentar.
O presidente da Assembleia que deve tomar posse para mais um mandato no comando do Legislativo Estadual, deputado Gerson Claro (PP) que já está com um projeto de pré-candidatura ao Senado no seu partido, mesmo sem admitir publicamente que será um ano agitado, dá declarações procurando conclamar os deputados a que a agitação que prevista não interfira nos debates em plenário. “Vamos manter a harmonia entre os poderes com o governador, ajudando no desenvolvimento do Estado”, afirmou Gerson Claro.
Reacomodação
A reforma na composição dos partidos já está em articulação e pode promover uma ampla mudança na composição das bancadas, pois existe a possibilidade de o partido com a maior bancada, o PSDB, ser extinto por uma fusão com outra sigla, como o PSD ou o MDB. Além desta fusão, existe ainda uma possibilidade do atual governador Eduardo Riedel e do ex-governador Reinaldo Azambuja assumirem o comando do PL, suprindo um acordo firmado com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o que levaria parte dos membros do partido dos tucanos para a sigla liberal.
Essa migração de Riedel e Reinaldo, no entanto, pode provocar descontentamentos tanto no PL quanto no entre os membros do PSDB, seja por questões ideológicas ou incompatibilidade nas bases, o que dificultaria os projetos políticos de alguns parlamentares. A deputada Lia Nogueira (PSDB) é uma que teria problemas em assinar ficha no PL, pois é adversária dos bolsonaristas em Dourados.
“Eu já avisei que teria que pensar muito nessa mudança “, disse a parlamentar. Entre os Liberais a situação não diferente, pois se existem os que apoiam a entrada dos Tucanos, como o deputado Coronel David, existem aqueles que têm arrepios quando falam sobre o assunto, como o João Henrique Catan. “Sou contra, pois estaríamos entregando o partido para nossos principais adversários e o resultado da eleição de Campo Grande demonstrou que será mais um grande erro”. Disse Catan.
Mudanças que podem não ter o mesmo efeito de tsunami também estão por acontecer, como é o caso da fusão entre o Republicanos do deputado Antonio Vaz e o União Brasil do deputado Roberto Hashioca, podem dar mais peso a estes partidos hoje com bancada unitária. Além disso, existem os partidos que podem se beneficiar caso a reforma promova esse maremoto político, que são o PP, MDB e até mesmo o PSD que pode receber os descontentes e assim podem passar a ter bancadas mais representativas.
TCE
Com relação ao TCE situação tem complicações ainda maiores pois, pelo menos por enquanto apenas a vaga de Jerson Domingos que deve se aposentar ao completar 75 anos de idade será aberta em novembro e já tem dois candidatos declarados que são os deputados Paulo Corrêa e (PSDB) e Márcio Fernandez (MDB). Como foi indicado pelo Poder Legislativo, caberá aos deputados indicarem o substituto do conselheiro. Paulo Corrêa não comenta o assunto, mas Fernandes até já correu uma lista com apoio de colegas para ser o indicado.
Com relação aos conselheiros afastados por determinação do Superior Tribal de Justiça podem até retornar ao cargo, mas o próprio presidente do Legislativo Gerson Claro disse que o conselheiro Waldir Neves já solicitou do Legislativo a contabilização do tempo em que exerceu mandatos como deputado o que é uma sinalização de que pretende pedir a aposentaria assim que a investigação do STJ for concluída. Com relação a Iran das Neves e Ronald Chadid podem ser afastados definitivamente, mas suas vagas devem ser preenchidas por indicação entre os Auditores e membros do Ministério Público do TCE. Já as de Waldir Neves e Osmar Jerônimo são do Governador.
Por Laureano Secundo