A violência atinge mulheres de todas as idades, crenças, classes sociais e tem causas diversas ligadas a questões culturais, sociais e históricas. Frente ao agravamento dos casos no Estado, os deputados estaduais iniciaram o mês de março debatendo o assunto. Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (1º), o Plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) fez um minuto de silêncio em memória das vítimas de feminicídio e violência doméstica.
O presidente Gerson Claro (PP) informou que a ALEMS irá se unir com os demais Poderes em uma campanha de conscientização. “Infelizmente, nos envergonha o número alarmante de mulheres assassinadas nos dias atuais por seus companheiros ou ex-companheiros. Crimes estes que ocorrem pela condição de gênero ou em decorrência de violência doméstica. Embora Mato Grosso do Sul atue de forma consistente na política de proteção, os casos só aumentam. Vamos nos unir nesta campanha de conscientização da sociedade”, afirmou o presidente.
A servidora pública Albynna Freitas, de 49 anos, foi a 5ª vítima de feminicídio no Estado neste ano. Mesmo com medida protetiva, ela foi esfaqueada ontem pelo ex-marido, Jair Paulino da Silva, de 52 anos, enquanto caminhava em direção ao trabalho. “Lamentavelmente, estamos vendo aumentar os números. As leis e ações do Poder Público não estão impedindo os crimes, pois se tratam de questões culturais. A visão do homem sobre a mulher ainda é remetida como um ser subordinado, inferior e incapaz de exercer atividades ditas como masculinas”, disse Professor Rinaldo Modesto (PSDB), que usou a tribuna para apresentar dados da violência nos últimos anos.
De acordo com a deputada Mara Caseiro (PSDB), a figura da mulher na sociedade ainda é rotulada por inferioridade na questão de gênero. “O homem precisa perceber que os tempos são outros. A mulher tem o direito de ocupar seu espaço e de decidir o seu futuro. Não somos posse, não somos objeto, temos o direito de decidir o nosso próprio destino”, falou. Zé Teixeira (PSDB) defendeu a desconstrução do machismo na base familiar.
Para Amarildo Cruz (PT), sustentação machista é o cerne da questão. Lia Nogueira (PSDB) anunciou que irá apresentar Projeto de Lei que cria o balcão de emprego para mulheres vítimas de violência. “Nosso objetivo é reconstruir a vida dessas mulheres longe dos agressores. A dependência financeira faz com que elas suportem essas relações tóxicas”, relatou.
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