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07/10/2022 às 17:00, Atualizado em 07/10/2022 às 16:54

Deputado estadual do PT afirma que é perseguido pela Igreja Católica

Em carta aberta, Pedro Kemp relata sua vivência na igreja e diz que, desde 2018, vem sendo excluído das atividades religiosas por questões políticas

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Foto - Reprodução Correio do Estado

O deputado estadual reeleito Pedro Kemp (PT), publicou uma carta aberta na qual afirma que está cada dia mais difícil professar a sua fé católica por se sentir preterido dentro da comunidade cristã por seu posicionamento político.

Na carta, o político relembra sua trajetória dentro dos templos católicos desde sua infância como coroinha e sua vivência no seminário. Ele relata suas experiências e diz que sempre foi muito participativo em todas as comunidades das quais fez parte, entretanto, isso ficou mais difícil desde 2018.

Kemp afirma que seu nome sempre constou na carta do arcebispo da Capital, Dom Vitório Pavanello, na qual ele sempre indicava a candidatura do deputado como uma opção de voto para os fiéis.

Mas, agora, o político afirma que está vetado nos serviços e pastorais “como persona non grata” porque a Igreja não o considera mais confiável.

Assim, o político relata que no dia do primeiro turno, realizado no domingo passado (2), um fiel da comunidade Sagrado Coração de Jesus, da qual ele faz parte, o filmou enquanto ele se retirava da igreja antes da conclusão da missa.

Kemp afirma que tomou essa atitude porque, durante os recados finais, o padre celebrante orientou que os fiéis votassem em candidatos cristãos e indicou que também escolhessem pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PL).

“O discurso que ele passou a fazer induzia sutilmente que os presentes a votarem no presidente Bolsonaro porque reproduzia as acusações que estes costumam fazer à esquerda e à Lula, falando de aborto, “ideologisa de gênero”, casais homoafetivos. Dispensei as “orientações” sutis do padre, resolvi deixar a igreja e apressei-me para votar”, relata na carta.

Além de filmá-lo deixando o templo, segundo Kemp, o vídeo passou a circular em conversas por aplicativos com a intenção de difamá-lo e questionar a sua fé por ter abandonado a missa antes do fim.

“Não foi a primeira vez que católicos fizeram este tipo de coisa tentando prejudicar minha eleição. Mas sempre segui em frente com minha consciência tranquila como cristão e como homem público, defendendo meus princípios e minha fé.”, afirma o parlamentar.

Por fim, reafirma que suas pautas políticas nunca foram contrárias às suas convicções religiosas e sempre buscou fazer política dentro do que pregava Jesus.

“Nunca votei e votarei no parlamento qualquer matéria que as contrarie, por dever de consciência e pela ética que sempre pautou minhas ações. Sou seguidor de Jesus de Nazaré, que afirmou ter “sido ungido pelo Espírito para evangelizar os pobres, para proclamar a liberdade aos cativos, para recuperar a vista aos cegos, para libertar os oprimidos e para proclamar o ano da graça” (Lc 4,18-19), conclui Kemp.

Fonte - Correio do Estado

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