Publicado em 12/10/2016 às 14:36, Atualizado em 12/10/2016 às 17:37
Ex-senador fez afirmação semelhante a de ex-presidente de construtora.
O ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) confirmou em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que a campanha de Dilma Rousseff e Michel Temer para a presidência do Brasil em 2014 recebeu dinheiro desviado da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. A informação foi publicada hoje pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo o jornal, fontes próximas da investigação revelaram o conteúdo do depoimento, no entanto, o ex-senador não fala em valores. O depoimento de Delcídio repete o que o executivo Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, já havia afirmado também em depoimento.
Para o ex-senador, seria “pouco provável” que a agora ex-presidente Dilma não soubesse que o esquema era articulado para abastecer a campanha eleitoral. O PMDB, partido do então vice-presidente na chapa, teria sido o maior beneficiado com os desvios da construção, de acordo com Delcídio. Os valores também teriam sido repassados para a chapa na primeira vez em que Dilma disputou a presidência, em 2010.
O CASO
O processo contra a chapa Dilma-Temer que tramita no TSE tem como origem ação proposta pelo PSDB que apura se houve abuso de poder político e econômico na última eleição presidencial. Se os ministros do TSE entenderem que houve desequilíbrio nas eleições, podem tornar Dilma inelegível – já que o Senado, no processo de impeachment, manteve a aptidão da petista para concorrer em eleições.
Em relação ao presidente Michel Temer, as investigações podem causar ainda a cassação do mandato. Os advogados do peemedebista defendem que as condutas de Temer e Dilma sejam analisadas de forma separada. A defesa da presidente cassada nega que a campanha tenha sido abastecida com recursos ilícitos.