Publicado em 11/09/2016 às 14:09, Atualizado em 11/09/2016 às 10:11
Cunha não quer a votação do parecer que pede a cassação do mandato dele
O deputado afastado Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, recorreu mais uma vez ao Supremo Tribunal Federal para contestar o julgamento que pode determinar a cassação do mandato dele. A sessão da Câmara está confirmada para a próxima segunda-feira (12).
No endereço de Eduardo Cunha em Brasília, apareceu uma visita. E nem era para ele. A oficial de Justiça só queria notificar a mulher de Cunha, Cláudia Cruz, do andamento do processo contra ela em Curitiba. Outra preocupação de Cunha é salvar o seu mandato. Ele recorreu na noite de sexta-feira (9) ao Supremo Tribunal Federal, tentando impedir seu julgamento na Câmara.
Cunha não quer a votação do parecer do Conselho de Ética que pede a cassação do mandato dele. No lugar defende um projeto de resolução que permitiria uma pena mais branda, como suspensão por seis meses. A decisão está nas mãos do ministro Edson Fachin.
Essa é a sexta vez que Eduardo Cunha recorre ao Supremo, desde que começou a responder por quebra de decoro parlamentar. Perdeu quatro e só ganhou o direito de ir pessoalmente à Câmara se defender no processo de cassação do mandato. E esse é um processo que se arrasta desde novembro do ano passado. O mais longo da história da Câmara: sete volumes. E o relatório final, pedindo a cassação do mandato de Eduardo Cunha, porque ele mentiu na CPI da Petrobras, quando negou que tem contas na Suíça.
O desfecho dessa novela Cunha está programado para segunda-feira (12). E para garantir que os parlamentares compareçam à sessão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, diz que vai descontar no salário de quem faltar; e ainda proibiu viagens em missão oficial no exterior.
Nove partidos que apoiam a cassação assinaram um documento (DEM, PCdoB, PDT, PPS, PSB, PSDB, PSOL, PT e Rede) se comprometeram com a presença de seus 216 deputados em plenário.
Líderes do PRB e PSD, do chamado centrão, que sempre foi a base aliada de Cunha, dizem que também convocaram seus liderados para sessão, mas estão todos liberados para votar como bem entenderem. O PMDB de Cunha não se comprometeu com o voto pela cassação.
O líder do PSD, deputado Rogério Rosso, diz que ainda está lendo o processo. Ele reconhece que há pressão popular pela cassação. No entanto, não declara seu voto, mas acha que o caso Cunha se encerra na segunda-feira (12).
“Eu acredito que sim, uma sessão que foi com uma antecedência de mais de 30 dias marcada, todas as bancadas e os partidos já estão avisados, imagino que independente do tempo que ela demore, haverá um desfecho. Esse desfecho nós não sabemos qual será, mas haverá um desfecho”, afirma.
A sessão está marcada para às 19h de segunda. A cassação de Cunha depende de maioria absoluta. Ou seja, metade mais um dos 513 deputados: pelo menos 257 votos.
O deputado afastado Eduardo Cunha não quis se manifestar por meio de nota.
Fonte - G1