Publicado em 04/04/2021 às 12:30, Atualizado em 04/04/2021 às 12:28
O ex-governador tem estudado duas possibilidades, concorrer ao Senado ou ao governo de MS
O ex-governador André Puccinelli (MDB) voltou ao jogo político de forma mais assídua, de acordo com fontes ligadas ao MDB no Estado. Além disso, conversas de bastidores apontam que o cacique emedebista tem se articulado para montar um escritório político para concorrer às eleições de 2022.
Nesse bojo, também entra outra figura forte da sigla, a senadora Simone Tebet, que pode ceder sua vaga na disputa do Senado a Puccinelli e concorrer ao governo do Estado no próximo pleito.
O Correio do Estado já havia antecipado essa nova postura do ex-governador, que estava longe dos holofotes desde as eleições municipais de 2020, em que apareceu para apoiar o candidato do seu partido e deputado estadual, Márcio Fernandes (MDB).
A reportagem do diário identificou que o líder emedebista havia começado a compartilhar, via aplicativos de conversas, ações que ele havia iniciado em seu governo, que acabaram tendo um desfecho agora – gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB).
Além disso, o ex-governador analisou para a reportagem o cenário político e a volta da polarização mais acirrada entre lulopetismo e bolsonarismo, com a suspeição de Sergio Moro nos processos oriundos da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ex-governador afirmou que, bem como no País, no Estado ele imagina que esses extremos, que foram o grande pano de fundo das eleições em 2018, não terão muita influência, pois o eleitorado está em busca de uma terceira via.
Nesse cenário, o cacique pode se viabilizar como candidato ao governo do Estado, o que sempre é uma espécie de pesadelo aos adversários por conta do seu peso político.
Outra possibilidade é a de Puccinelli concorrer para senador da República, abrindo espaço para uma possível candidatura de Simone Tebet ao Executivo estadual, desejo esse que a senadora nunca escondeu.
Também ao Correio do Estado, em entrevista realizada no mês passado, a parlamentar analisou que não é possível visualizar uma conjuntura política mais nítida de um cenário para 2022, por conta da distância para a realização do pleito. Ao ser perguntada sobre a possibilidade de concorrer ao governo do Estado, a senadora revelou que, sim, existe esse desejo, mas o candidato oficial do partido é o ex-governador, por conta da sua força política no Estado.
“Não podemos descartar Puccinelli, ele é a maior figura do nosso partido dentro de Mato Grosso do Sul. Ele tem um capital político que nenhuma outra figura pública do Estado tem. Portanto, a princípio, ele é o candidato do nosso partido”, relatou.
Em razão da mudança nas eleições brasileiras em virtude da última reforma política de 2015, acabou com a eleição pela coligação. Portanto, nas regras atuais, vale a proporcionalidade para conseguir eleger deputados e senadores, o que tem obrigado os partidos políticos a lançarem candidatos, pois só dependem deles para preencher o maior número de cadeiras nos Poderes Legislativos.
Ou seja, dentro deste novo cenário, existe boa possibilidade de o MDB lançar uma candidatura própria, e não fazer alianças políticas em 2022, o que aumentaria a possibilidade de um dos dois caciques serem alçados a candidatos ao governo do Estado. Nessa conjuntura, tanto Simone quanto Puccinelli poderão ser fortes adversários ao PSDB, que comanda o Estado há sete anos.
O ex-governador saiu do governo de Mato Grosso do Sul com boa aprovação no eleitorado, apesar de denúncias de corrupção em seu governo no processo que ficou conhecido como Lama Asfáltica. Para contrapor esse ponto negativo, Puccinelli se apoia no fato de ele ter sido absolvido pela 4º Vara da Justiça Federal de Mato Grosso do Sul.
Já Tebet, vem sendo protagonista de grandes embates políticos nacionais, desde 2018, quando colocou seu nome para a disputa à presidência do Senado, contrariando o maior cacique de seu partido, o senador alagoano Renan Calheiro (MDB).
No entanto, preferiu tirar sua candidatura para que Renan não saísse vitorioso do pleito, fato esse, que oxigenou a eleição do ex-presidente Davi Alcolumbre (DEM).
Já na eleição do Senado deste ano, ela também protagonizou outro embate e foi a primeira mulher da história do Senado a concorrer uma eleição na Casa, porém saiu derrotada com a eleição de Rodrigo Pacheco (DEM), mais alinhado ao chamado Centrão.
Com informações do Correio do Estado