Publicado em 29/04/2022 às 14:00, Atualizado em 29/04/2022 às 12:45
Partido recém-criado deve receber em torno de R$ 770 milhões para dividir entre as candidaturas dos estados
Embora ainda não formalizado, o rompimento do União Brasil com o MDB, o PSDB e o Cidadania, que integram a chamada terceira via, é tido como certo. Sem o partido na briga direta pelo Planalto, as campanhas tocadas pelas candidaturas regionais devem arrecadar mais recursos financeiros.
Ou seja, a saída da sigla pode favorecer pelo menos financeiramente a candidatura da deputada federal Rose Modesto, que concorre ao governo de Mato Grosso do Sul.
A desistência da terceira via, articulada pelo presidente nacional do partido, Luciano Bivar, segundo ruídos dos bastidores políticos, em Brasília, teria como explicação um aviso do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O mandatário teria determinado a renúncia do União Brasil do bloco e, se não fizesse isso, “tomaria” os cargos hoje ocupados por integrantes da sigla no governo federal.
MAIS RECURSOS
Tirado o foco da concorrência nacional, o União Brasil deve centrar os interesses por vitórias na eleição dos candidatos aos mandatos no Congresso Nacional e, também, nos governos de Estado.
Cálculos presumidos indicam que o União Brasil é a legenda que mais vai captar a bolada do Fundo Partidário, em torno de R$ 770,07 milhões.
Ainda não se sabe a cifra que vai amparar as candidaturas estaduais, contudo, se o partido estiver fora da briga pela Presidência, será maior, segundo especialistas no assunto.
A reportagem tentou ouvir o comando regional do União Brasil, mas até o fechamento desta página o recado não havia sido respondido. A ideia era saber como o diretório regional e também a pré-candidata viam a retirada do partido da terceira via.
Rose Modesto ainda não escolheu quem será seu vice nem o pré-candidato ao Senado.
Em MS, o União Brasil deve disputar as eleições com o apoio do Podemos, que contava, até três semanas atrás, com a pré-candidatura à Presidência do ex-juiz Sergio Moro.
Contudo, o magistrado foi para o partido de Rose, mas não conseguiu emplacar o desejo de concorrer ao Planalto.
RETALIAÇÃO À VISTA
De acordo com a Agência Estado, o Palácio do Planalto entrou em campo para forçar o presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar, a retirar o partido do grupo que tenta viabilizar um candidato da terceira via na eleição presidencial.
A ala governista da legenda tem recebido sinais de que perderá cargos, caso a sigla oficialize a coligação com MDB, PSDB e Cidadania. O recado partiu da Casa Civil, chefiada pelo ministro Ciro Nogueira.
A agência informou também que o líder do partido na Câmara, Elmar Nascimento (BA), tem sido o principal articulador da candidatura própria de Bivar.
O objetivo é enfraquecer a terceira via, evitar que o presidente Jair Bolsonaro (PL) perca votos para o grupo que se batizou de “centro democrático” e levar a legenda com maior recurso eleitoral e maior tempo de TV na campanha para apoiar a reeleição. Ou seja, a equipe de Bolsonaro entrou em ação para fragilizar a terceira via.
Terceira via
A terceira via, que uniria os quatro partidos, seria um meio de fortalecer a disputa com Lula e Bolsonaro. Os partidos escolheriam um só candidato ao Planalto.
A senadora Simone Tebet (MDB), o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) e Bivar (União Brasil) concorreriam entre si a preferência.
Em MS, Rose pode aliar-se a Bolsonaro
O Correio do Estado apurou que apoiadores da deputada federal Rose Modesto (União Brasil) estão propensos a apoiar a reeleição do presidente da República, Jair Bolsonaro, nas eleições para presidente este ano.
Desta forma, além de Rose, Bolsonaro teria mais dois candidatos pedindo votos para ele no Estado: Capitão Contar (PRTB) e Eduardo Riedel (PSDB).