Publicado em 26/07/2022 às 12:33, Atualizado em 26/07/2022 às 11:53
Nesta segunda-feira, o secretário estadual chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, anunciou desfiliação do PSDB, partido que comandou por anos. Ele também deixou a presidência do diretório regional do partido.
Reinaldo Azambuja vai assumir a presidência regional do PSDB com a missão de tentar fazer o ex-secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, como sucessor em Mato Grosso do Sul. O maior desafio será colocar o tucano no 2º turno, já que ele está empacado no 4º lugar. O governador negocia o apoio do PDT para colocar o ex-ministro da Integração Nacional e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, no palanque do candidato do PSDB.
De acordo com o Campo Grande News, Reinaldo cogita montar palanque duplo para Eduardo Riedel, com Jair Bolsonaro (PL), que busca a reeleição, e Ciro. Para arrepio do candidato e dos bolsonaristas, como os deputados federais Loester Trutis (PL) e Dr. Luiz Ovando (PP), do polêmico Centrão, o tucano poderia apoiar um candidato de extrema direita e outro de esquerda para presidente da República.
No domingo, Riedel tentou, mais uma vez, obter o apoio do presidente Jair Bolsonaro durante a convenção no Maracanãzinho. No entanto, o capitão nem o cerimonial do evento citaram o nome do ex-secretário. A ex-ministra da Tereza Cristina (PP), do Centrão, pelo contrário, foi ovacionada pelos milhares de participantes da convenção.
A deputada foi anunciada pelo cerimonial do evento e usada como uma das principais apoiadoras do presidente, como estratégia para conquistar o voto feminino. Boslonaro chegou a pegar a ex-ministra pelas mãos e fez rasgados elogios a Tereza Cristina.
Riedel não foi citado. Bolsonaro citou o candidato a governador de São Paulo, o ex-ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Durante o evento, o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB), candidato a governador de Alagoas, subiu no palco e foi ovacionado pelos bolsonaristas.
Para desespero de Riedel, Boslonaro manteve a palavra de que apoiará dois candidatos a governador em MS, o tucano e o deputado estadual Capitão Contar (PRTB). Ao tucano só restou gravar um vídeo embaixo do palco para anunciar que participou da convenção de Bolsonaro no Rio de Janeiro.
Nesta segunda-feira, o secretário estadual chefe da Casa Civil, Sérgio de Paula, anunciou desfiliação do PSDB, partido que comandou por anos. Ele também deixou a presidência do diretório regional do partido.
De Paula está de olho na vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. Uma das possibilidades é o conselheiro Jerson Domingos antecipar a aposentadoria. Com 72 anos, ele poderia ficar até completar 75 anos. Só que vaga é da Assembleia Legislativa e o mais cotado para ocupar o posto é o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB), que completou 65 anos neste mês e poderia repetir a trajetória de Jerson, que deixou a presidência do legislativo para assumir a vaga de conselheiro do TCE.
Como presidente do PSDB, Reinaldo terá a missão de eleger Riedel governador. Ele aposta em uma ampla articulação para garantir a eleição. No entanto, a estratégia não funcionou com Edson Giroto em 2012, quando tinha o apoio de 17 partidos e das máquinas da prefeitura da Capital e do Governo do Estado, mas perdeu para Alcides Bernal (PP) em voo solo.
Reinaldo não tem a aprovação de outros governadores, como André Puccinelli (MDB), Pedro Pedrossian e Wilson Barbosa Martins, que não conseguiram eleger o sucessor em MS. Além disso, o tucano tem o desgaste de ter aumentando os impostos e não ter concedido reajuste salarial para os funcionários ao longo dos oito anos.
O governador também foi denunciado no STJ pelos crimes de corrupção passiva, chefiar organização criminosa e lavagem de dinheiro e de ter recebido R$ 67,7 milhões em propina da JBS em troca de incentivos fiscais. A denúncia ainda não foi recebida pela Corte Especial.
Reprodução O Jacaré