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02/11/2022 às 16:00, Atualizado em 02/11/2022 às 16:46

Centenas de bolsonaristas aproveitam Dia de Finados para pedir intervenção federal

Eles continuam, agora em maior número, aglomerados na avenida Duque de Caxias, em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO)

Centenas de manifestantes bolsonaristas insatisfeitos e inconformados com o resultado das eleições presidenciais se aglomeraram na manhã desta quarta-feira (2) – no Dia de Finados – para pedir intervenção federal dos militares no País. Para os bolsonaristas, a eleição do último domingo – dia 30 de outubro – foi fraudada.

Os manifestantes bolsonaristas se aglomeraram – de forma pacífica – na avenida Duque de Caxias, em frente ao Comando Militar do Oeste (CMO), em Campo Grande (MS). Líderes de movimentos políticos de ultradireita destacaram, em seus discursos, que as forças armadas são pagas com o dinheiro do contribuinte e que “é chegada a hora de retribuir com ações que garantam a moralidade do País”.

Ao mesmo tempo, citaram versículos bíblicos, como, por exemplo o que está escrito da carta de Paulo aos Romanos, no Novo Testamento, precisamente no capítulo 8, versículo 15, que diz: “Porque o Espírito que vocês receberam de Deus não torna vocês escravos e não faz com que tenham medo”.

Nos discursos proferidos em um carro de som colocado em frente ao CMO, manifestantes afirmaram que desde 1986 foram estabelecidos critérios antidemocráticos nas eleições de lá para cá. O problema é que essa afirmação inclui – também como fraude - a eleição do próprio presidente Jair Bolsonaro em outubro de 2018.

Para o pastor e empresário Anderson Oliveira, este feriado de finados será um dia a ser lembrado por causa grande participação contra o resultado das eleições. “Estamos esperando caravanas de vários municípios do interior do Estado, com destaque para Terenos, Ribas do Rio Pardo, São Gabriel do Oeste e até de Ponta Porã”, disse Anderson Oliveira.

De acordo com o pastor, quem estava na manifestação é quem não quer e nem vai aceitar a vitória Luiz Inácio Lula da Silva para presidente da República, principalmente por se tratar de “um homem condenado pela justiça”. O pastor disse, ainda, que esta manifestação não vai incluir políticos com mandatos, principalmente porque não se trata de um palanque e sim uma manifestação pacífica contra o resultado das eleições.

Segundo o empresário Rodrigo Lins, que é presidente do Instituto Nacionalista de Direita do Brasil e também diretor dos Guardiões da Nação em Mato Grosso do Sul, as manifestações não têm prazo para acabar. “Nossos caminhoneiros, que estão bloqueando as estradas, serão multados mas não vão desistir da luta. Temos apoio de muitos empresários, pecuaristas e sindicatos rurais. Não vamos deixar o Lula governar”, frisou Rodrigo Lins.

Diversos grupos de motociclistas participaram da manifestação. Um deles – o Gatu’s do Cerrado – quer a imediata aplicação do artigo 136 da Constituição, que é a intervenção federal. Por este artigo, em caso de fraudes eleitorais e desordem no País, teria que ser instaurado um Supremo Tribunal Militar e com a manutenção do atual presidente no poder – no caso, Jair Bolsonaro – junto com o Congresso Nacional.

O Supremo Tribunal Militar julgaria os fraudadores e causadores de tumultos, que, na avaliação dos manifestantes bolsonaristas, seriam Lula e aliados políticos, retirando também a legitimidade dos tribunais eleitorais e também do Poder Judiciário, com destaque para o Supremo Tribunal Federal (STF). Na trilha sonora dos bolsonaristas na manifestação, as músicas em destaque foram o hino nacional, o hino da bandeira e cânticos militares, como a canção “eu te amo meu Brasil, eu te amo”.

O capitão aposentado do Exército Renan Contar, de 38 anos, que é deputado estadual em fim de mandato e também foi derrotado nas eleições para governador do Estado, participou das manifestações pacíficas. Ele estava com um grupo de motociclistas e foi muito aplaudido pelos manifestantes bolsonaristas.

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