Publicado em 10/04/2020 às 09:31, Atualizado em 10/04/2020 às 11:48

'Briga' entre Bolsonaro e Mandetta pode ter iniciado em Campo Grand

Com medo de primo perder prefeitura, Mandetta impede ‘Bolsonarista’ de entrar no DEM

Redação,
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Bolsonaro e Mandetta durante coletiva de imprensa - Carolina Antunes/PR

O desentendimento entre o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) pode ter iniciado em Campo Grande. Isso porque informações preliminares apontam que o deputado estadual Coronel David (sem partido) teria tentado entrar no Democratas para concorrer as eleições municipais com o apoio de Bolsonaro. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM) estaria articulando, junto ao presidente, a ida do parlamentar para a sigla. A suspeita é que Mandetta interviu e “partiu para briga” com o presidente. “O sangue falou mais alto e o partido ficou na mão do ministro que passou a não pensar em projeto para Campo Grande”, disse o vice-govenador do Estado, Murilo Zauith (DEM), presidente do Democratas estadual, ao mencionar o parentesco de Mandetta com o prefeito da Capital, Marcos Trad (PSD), que vai tentar se reeleger em outubro de 2020.

Com a possibilidade da ida de Coronel David para o DEM, “acendeu a luz vermelha no Mandetta” e as articulações começaram. Fontes alegam que essa é uma das justificativas do motivo do ministro ter se “rebelado do nada” contra o presidente. “No início, Mandetta estava apoiando Bolsonaro, estava tudo certo, mas do nada, mudou”, afirmou um assessor de Brasília.

Informações do Planalto apontam que o ministro teria pedido aval para o presidente nacional do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), para ficar responsável pela Executiva Municipal da sigla. “Ministro pediu para executar a comissão provisória municipal de Campo Grande e quem vai conduzir são pessoas ligadas a ele, advogado de assessor dele, parentes e servidores”, afirmou Zauith.

Em coletiva, o presidente nacional do Democratas disse que tem tido constantes conversas com Mandetta para transmitir “palavras de confiança no trabalho que ele vem fazendo”, afirmou o prefeito, para o site midiabahia.com.

Em novembro de 2016, logo quando assumiu a prefeitura, Marcos Trad foi à Capital baiana e trocou experiência com o prefeito ACM Neto, líder dos Democratas nacional.

Contudo, o deputado que era do PSL, Coronel David, e que foi responsável em trazer pela primeira vez Bolsonaro à Campo Grande, acabou sendo barrado por Mandetta.

A informação é que Coronel David também já teria conversado com o vice-governador e que o combinado seria o nome do deputado para concorrer as eleições municipais. David seria adversário do prefeito, porém, com a proximidade do parentesco existente entre Mandetta e Trad, pois os dois são primos, o acordo não foi possível e o ministro teria rejeitado o deputado.

O apoio do DEM a tentativa de reeleição do prefeito também foi confirmado pelo líder do Executivo na Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Chiquinho Telles (PSD), ainda no início de março e as declarações teriam incomodado o então secretário do DEM, Marco Aurélio Santullo que acabou sendo substituído pelo sobrinho de Mandetta, Hélio Mandetta. Santullo, na época, teria sido indicação da ministra da Agricultura Tereza Cristina.

Com informações do Correio do Estado