O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está planejando solicitar ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), permissão para uma viagem a Israel, em resposta a um convite feito pelo primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu. O passaporte de Bolsonaro foi confiscado pela PF (Polícia Federal).
Durante um evento em Salvador na sexta-feira (8.mar.2024), Bolsonaro revelou ter recebido uma carta de Netanyahu convidando-o a visitar "aquela região do conflito, ou melhor, do massacre, da covardia, do terrorismo praticado em Israel. Praticado pelo Hamas contra Israel".
A apreensão do passaporte de Bolsonaro ocorreu em 8 de janeiro. Ele foi alvo da operação Tempus Veritatis por suspeita de tentativa de golpe de Estado para se manter na Presidência da República.
A defesa de Bolsonaro já havia solicitado anteriormente a Moraes, em 14 de fevereiro, a substituição da proibição de viagem por medidas mais brandas, como a apresentação de um requerimento de autorização antes de deixar o Brasil. Os advogados argumentaram que não havia "risco de fuga".
Fábio Wajngarten, advogado que faz parte da equipe de defesa de Bolsonaro, confirmou à CNN o envio da solicitação de viagem a Israel. Ele afirmou que o pedido ao Supremo incluirá as datas de ida e retorno, além do itinerário planejado do ex-presidente no país.
Bolsonaro pretende durante sua visita encontrar-se com famílias de reféns, visitar locais atingidos pelos ataques do Hamas em 7 de outubro - que desencadearam a guerra em Gaza - e explorar os túneis construídos pelo grupo paramilitar.
A solicitação de viagem surge em meio ao aumento das tensões entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governo israelense. Em 18 de fevereiro, o petista comparou as ações de Israel em Gaza com o extermínio de judeus perpetrado por Adolf Hitler na Alemanha nazista, classificando a guerra no Oriente Médio como um "genocídio".
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