Publicado em 11/01/2021 às 07:00, Atualizado em 10/01/2021 às 22:02
No Twitter, o número de fãs que o presidente perdeu nos meses de agosto, setembro, outubro e dezembro de 2020 superou o de seguidores que ganhou.
Jair Bolsonaro (sem partido) tem perdido força nas redes sociais, seu ambiente favorito para angariar potenciais eleitores, segundo levantamento de consultorias especializadas.
No Twitter, registrou o quarto mês seguido com saldo negativo (perdeu mais seguidores do que ganhou). Em seus principais perfis, o número de interações também caiu.
De acordo com um levantamento inédito da consultoria Bites, publicado pelo jornal O Globo, Bolsonaro obteve média de 1,8 milhão de interações desde 1º de janeiro de 2019 até a última quinta-feira (7). Nos últimos três meses de 2020, no entanto, ficou em 1,1 milhão. Em dezembro, passou para 957 mil, e nos últimos sete dias está em 765 mil.
No Twitter, o número de fãs que o presidente perdeu nos meses de agosto, setembro, outubro e dezembro de 2020 superou o de seguidores que ganhou. É a primeira vez desde que criou a conta, em agosto de 2016, que registra quatro meses com saldo negativo de seguidores.
No segundo ano de governo, Bolsonaro teve um crescimento no Twitter cerca de 60% menor do que o registrado no ano anterior. Em 2020, ganhou 1.096.983 novos seguidores em seu perfil oficial, enquanto em 2019 quase 3 milhões de usuários passaram a seguir a conta do mandatário (2.853.859). Os dados, publicados pelo portal Metrópole, são da plataforma Social Blade.
Apesar da queda nas redes sociais, o presidente ainda está bem posicionado no ranking global. Com 38,7 milhões de fãs, é o quarto colocado entre 13 líderes mundiais e continua sendo o político latino-americano com o maior número de seguidores. Desde a sua posse, Bolsonaro fez 11 mil posts e conseguiu 1,3 bilhão de interações (curtidas, comentários, compartilhamentos e retuítes) em suas publicações.
Bolsonaro convidou seus seguidores a entrarem no Parler, rede social suspensa pelo Google na última sexta-feira (8), após Donald Trump ter sido banido do Twitter, Facebook e Instagram, entre outras páginas, como punição por estimular a invasão de extremistas ao Congresso norte-americano no dia da certificação da vitória de Joe Biden na eleição presidencial.
O aplicativo, utilizado por grupos de direita e conservadores que apoiam Trump, facilita a circulação de fake news. A rede social é semelhante ao Twitter, mas com menos regulamentação de políticas de uso. Há menos moderação sobre conteúdos considerados ofensivos e sem checagem de fatos.
O Parler foi suspenso da Google Play até que resolva os problemas que violam as suas políticas, “incluindo permitir aos usuários postar ameaças a autoridades eleitas e planos para organizar a marcha de quarta-feira que terminou com invasão ao Capitólio”, informou o Google, em nota. A Apple ameaçou retirar o aplicativo de sua loja virtual caso o aplicativo não altere suas políticas de moderação.
Bolsonaro e seus filhos têm contas no Parler desde o ano passado. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, avisou que irá abrir conta no Parler. Antes, no Twitter, ele falou em “liberdade de expressão”, reproduzindo trechos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação), Fabio Wajngarten, se manifestou em sua conta de Twitter sobre o banimento a Trump, dizendo ser “paradoxal e inaceitável”.