Publicado em 30/12/2022 às 14:01, Atualizado em 30/12/2022 às 10:42
Segundo informações, o presidente buscou o conselho de advogados próximos nos últimos dias pedindo avaliações
Embora não haja no horizonte imediato risco jurídico de ser preso, o presidente Jair Bolsonaro (PL) passou as últimas semanas aflito com isso.
Segundo informações, o presidente buscou o conselho de advogados próximos nos últimos dias pedindo avaliações. Primeiro, perguntou se poderia ser punido caso não passasse a faixa para Lula. Ouviu que não.
Depois, sondou sobre as chances de ser detido após concluir seu mandato.
Nas conversas, ouviu de profissionais do direito que o melhor seria sair do país antes de 1º de janeiro, quando deixa o cargo e, portanto, perde o foro privilegiado.
As avaliações foram na seguinte linha: sem foro, qualquer juiz de 1ª instância poderia decretar a prisão de Bolsonaro e, mesmo que ficasse poucas horas em uma delegacia, o constrangimento estaria feito.
Pessoas próximas resgataram o caso de Michel Temer -- preso por Marcelo Bretas, justamente um juiz de 1ª instância, após deixar o Palácio do Planalto.
Fontes do governo confirmam que essa hipótese de fato assombrou o mandatário desde a derrota.
Mas, junto a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), ele não teria o que temer, ao menos não neste momento.
Isso porque, mesmo perdendo o foro, é preciso que os ministros do STF responsáveis por investigações da Polícia Federal contra o presidente "declinem" esses inquéritos --jargão para remeter à 1ª instância, o que levaria um tempo.
Tem ainda um outro obstáculo: o Judiciário em recesso.
Esse risco de prisão, contudo, poderia de fato surgir a partir de fevereiro, quando a Justiça retorna aos trabalhos plenamente.
Nos últimos dias, veículos de imprensa publicaram informações que Jair Bolsonaro se preparava para deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos, mas sem nenhuma confirmação oficial. Também não houve, até ontem, comunicação oficial ao Congresso, como é praxe.
Nesta semana, o Diário Oficial chegou a publicar que um profissional se deslocaria para os EUA para compor a "segurança familiar" de Bolsonaro, e isso alimentou as especulações de que de fato estaria de partida.
O dia 30, esta sexta-feira, seria a data do possível deslocamento, mas também sem confirmação.
Fonte - G 1