Publicado em 03/08/2024 às 17:00, Atualizado em 03/08/2024 às 13:03
O petista é aprovado por 35%, reprovado por 33% e considerado regular por 30%. Os números são parecidos com os da pesquisa anterior
Chegando a um ano e oito meses à frente do Planalto pela terceira vez, o presidente Lula (PT) registra uma avaliação semelhante à de seu antecessor e principal rival, Jair Bolsonaro (PL), à mesma altura do mandato. O petista é aprovado por 35%, reprovado por 33% e considerado regular por 30%.
É o que aponta nova pesquisa do Datafolha, que ouviu 2.040 pessoas com 16 anos ou mais em 146 municípios brasileiros, de 29 a 31 de julho. A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou menos.
O resultado reflete em grande parte o cenário vivido pelo ex-presidente ao longo de seu mandato, de extrema polarização no eleitorado --restando às pessoas no meio do caminho, os que avaliam os governos como regular, serem os fiéis da balança em cálculos políticos e eleitorais.
Num ponto semelhante de seus quatro anos na Presidência, Bolsonaro registrava 37% de ótimo e bom, 34% de ruim e péssimo, e 27%, de regular. Considerando a margem de erro, a cisão em três do país dos anos do capitão reformando se espelha agora.
A comparação com o segundo mandato de Lula no poder, iniciado em 2007 e encerrado no fim de 2010, traz diferenças marcantes. O mandatário ostentava aprovação de 64%, enquanto apenas 8% o consideravam ruim ou péssimo. Já a coluna do meio, do regular, tinha patamar semelhante ao atual: 28%.
O cenário é de estabilidade para Lula ante a mais recente aferição do Datafolha, de 4 a 13 de junho. Ali, o petista marcava 36% de ótimo e bom, ante 31% de ruim e péssimo e 31%, de regular.
Como se vê, há uma oscilação na margem desfavorável ao presidente, que na rodada anterior havia visto a curva em seu favor, mas convém esperar mais uma rodada para tirar conclusões de tendência.
No período entre os dois levantamentos, houve um relativo hiato em termos de notícias políticas. O principal tropeço de Lula, em relação à crise na Venezuela, ocorreu quando os pesquisadores já estavam na rua, então a percepção pode ter sido afetada. Ademais, política externa não é exatamente um tema que dê ou tire apoio a presidente brasileiro no grosso da população.
A piora da situação econômica, com a disparada do dólar, ainda não se fez sentir porque o impacto inflacionário não é imediato. Assim, há estabilidade quando o Datafolha questiona os entrevistados acerca do tema, em relação à rodada anterior.
Acreditam que a economia piorou 42%, mas apenas 24% têm a mesma avaliação sobre sua situação pessoal. Na mesma linha, 29% veem o cenário geral igual, ante 46% que acham isso de sua vida financeira. Por fim, creem que as coisas estão melhores para o país 26%, número semelhante daqueles que acham isso de forma particular (29%).
Em relação às expectativas, creem que o Brasil viverá um cenário econômico melhor 41%, ante 28% que acham que ele será negativo e 25%, igual ao atual. No campo pessoal, os dados são diferentes: 58% esperam uma vida melhor, 29%, semelhante, e 11%, pior no futuro.
Quando é feita uma análise estratificada dos números, há uma grande semelhança no quadro geral com o que se observa no Brasil desde que Lula voltou ao poder, em janeiro de 2023.
Ele tem melhor aprovação entre os nordestinos (49% de ótimo/bom), os menos escolarizados (47%), quem tem de 45 a 59 anos (42%) e os mais pobres, que ganham menos de dois salários mínimos por mês (42%).
Seus números são piores entre grupos já usualmente associados à rejeição do petista e simpáticos ao bolsonarismo. Seu ruim/péssimo chega a 47% na classe média ao estilo brasileiro que ganha de 5 a 10 mínimos, 46% entre quem leva para casa todo mês 10 mínimos, 43% no grupo com diploma superior, 41% nos mais bolsonaristas evangélicos, 40% no Centro-Oeste e 39%, no populoso Sudeste.
No geral, acreditam que a vida está melhor depois da posse de Lula, que derrotou Bolsonaro em 2022, 26% das pessoas ouvidas. Veem o cenário pior um contingente semelhante, 23%, enquanto a acomodação do "está igual" impera com 51% das menções.
(Informações da Folhapress)