Publicado em 12/04/2012 às 09:00, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24

Assembleia realiza audiência para discutir e encontrar soluções para a saúde

Soluções e problemas serão encaminhados aos responsáveis pela saúde pública

Redação, Campograndenews

A Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul realizou uma audiência pública nesta quarta-feira (11) com o objetivo de debater e encontrar uma forma de conquistar recursos para melhor atender a população no Estado. Durante a audiência, os manifestantes levantaram problemas que atingem vários pacientes no Estado.

O deputado George Takimoto (PSL) declarou que como médico sente vergonha de falar sobre saúde. Para ele, sem uma boa educação, dificilmente conseguiremos dar uma saúde digna ao ser humano. O deputado lembrou da necessidade do calor humano nos atendimentos e de tempo ao médico para dar um diagnóstico preciso dos problemas.

Takimoto criticou a falta de preocupação com a saúde. Ele exemplificou que a maioria das pessoas que compram um carro se apressa para fazer um seguro, pagando no mínimo R$ 200. Porém, esta mesma preocupação não é vista com a família, que em sua maioria não possui seguro.

O deputado Paulo Corrêa (PR) acredita que a paciência das pessoas está no limite, o que pode justificar atitudes como a de um paciente que recentemente quis agredir funcionários de um posto em Campo Grande. O deputado criticou o fato do Governo ter jogado a responsabilidade sobre a saúde nas costas do estados e dos municípios, ressaltando que a presidente Dilma Rousseff (PT) tem uma aprovação de 77%, mas uma saúde que está “uma porcaria”.

Paulo Corrêa relatou que os municípios do interior têm dificuldade de conseguir profissionais, mesmo com altos salários oferecidos. Sobre este aspecto, o deputado Lauro Davi (PSB) declarou que os médicos não vão para o interior por falta de estrutura. Ele defendeu a regionalização dos atendimentos, mas com estrutura necessária. Lauro Davi defendeu que a saúde padece de dinheiro e gestão, avaliando que não se deve colocar a culpa nos governantes, mas curar o sistema de gestão e financiamento da saúde.

O deputado Cabo Almi (PT) lamentou o fato de pacientes ainda aguardarem 8 horas por uma consulta nos postos de saúde e de pacientes do interior do Estado agendarem consulta e ainda serem instalados em corredores de hospitais na Capital. O deputado acredita que é preciso vontade de fazer, pois a saúde tem pressa e o que mais tem sido visto é a espera por atendimentos.

O arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas, elogiou a audiência, principalmente por dar voz a pessoas que enfrentam os problemas da saúde, lembrando que a Assembleia não é apenas uma Casa de Leis, mas congrega representantes que devem discutir os problemas relativos a vida do povo. Além disso, destacou o fato dos problemas e soluções ali levantadas serem encaminhadas posteriormente para os órgãos públicos responsáveis.

A deputada Mara Caseiro declarou que é difícil dizer quem é o culpado pela difícil situação, mas também reclamou que a Emenda 29 prejudicou os municípios. Ela avaliou como desumano o fato das pessoas pedirem aos deputados para intercederem por um atendimento, quando isso deveria ser obrigação do serviço público.

A integrante da Coordenação da Rede Municipal de Saúde Pública, Judith Flor, ressaltou a importância da participação da família no tratamento. Além disso, lembrou que os encaminhamentos de pacientes do interior para a Capital ainda atrapalham o atendimento e continua como gargalo para a saúde em Campo Grande.

O secretário de saúde do município de Figueirão, Jorge Roberto Mortari, também falou da dificuldade de contratar profissionais para atuar no município. Ele acredita que o SUS precisa acolher a saúde. O secretário lembrou que recentemente foram entregues R$ 2,4 milhões para compra de trator, enquanto o município de Figueirão luta com apenas uma ambulância para atender a todos. Ele defendeu uma melhor distribuição dos recursos, para avaliar a real necessidade dos municípios.