Publicado em 18/04/2012 às 18:44, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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A Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS) aprovou o projeto (PLS 591/11) do senador Antonio Russo (PR-MS) nesta quarta-feira (18). A proposta proíbe o contingenciamento de recursos orçamentários destinados ao controle sanitário animal e vegetal. Ou seja, após virar lei, o Executivo ficará obrigado a investir o total de recursos previstos no Orçamento Geral da União para o setor.
O senador Russo ressaltou que a questão da sanidade merece grande atenção. O corte de verbas para o setor pode impossibilitar a implantação de ações imprescindíveis para a agropecuária do País, afirmou.
Ele agradeceu o empenho do relator e disse que os problemas decorrentes de sanidade podem, além de afetar a saúde das pessoas, prejudicar a economia se a produção agropecuária brasileira sofrer embargo internacional.
A proposta foi relatada pelo senador Waldemir Moka (PMDB-MS). Ele citou o exemplo do Mato Grosso do Sul, que está suscetível à febre aftosa, devido à proximidade com o Paraguai. Quando o governo federal contingencia a parte do orçamento destinada à sanidade animal e vegetal, os estados ficam sem recursos para investir nessa atividade. E são investimentos que têm de ser feitos preventivamente.
Para o senador Rodrigo Rollemberg a questão da sanidade animal e vegetal deveria estar no rol dos itens estratégicos do país. A sanidade é fundamental para a saúde e para a economia, para não termos problemas de exportação, disse.
A matéria segue agora para a comissão de Agricultura e Reforma Agrária, em decisão terminativa. Ou seja, se for aprovada segue direto para a Câmara dos Deputados.
Orçamento impositivo
Vários parlamentares elogiaram a iniciativa de Russo e comentaram sobre a necessidade de no Brasil o orçamento ser impositivo. O que foi votado acaba sendo boicotado, lamentou o senador Paulo Paim (PT-RS) ao comentar os cortes feitos ao orçamento pelo Executivo.
O senador Cassildo Maldaner também reclamou: não só nesta área da sanidade animal e vegetal, mas em todas as áreas. Contingencia-se ao bel-prazer. Isso não é certo com um planejamento sério que é feito aqui no Congresso, disse.
Já a senadora Ana Amélia aproveitou para dizer que apresentou uma PEC que prevê o orçamento impositivo, apresentada inicialmente pelo então senador José Alencar. Quando o vice-presidente faleceu, pedi para fazer um levantamento dos projetos que ele havia elaborado como uma forma de homenageá-lo e encontrei esta PEC muito importante, pois só teremos respeito do papel do Legislativo com o orçamento impositivo, afirmou.
O presidente da Comissão, senador Jaime Campos também lamentou os cortes orçamentários. Aprovamos um valor aqui no Congresso quando vemos 70% são cortados!, lamentou.
Maior exportador
Antonio Russo apresentou o projeto na época do anúncio de foco de febre aftosa no Paraguai, ocorrido no ano passado. Ele ressaltou que o Brasil é o maior exportador de carne bovina e de frango do mundo. Do ponto de vista produtivo, é também o maior produtor de carnes. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2010 o país exportou mais de cinco milhões de toneladas de carnes de boi, porco e frango. Segundo Russo, a falta de uma ação diligente poderia prejudicar a produção, os consumidores brasileiros e as exportações.