No dia 2 de junho, pouco mais de 23 mil trabalhadores da educação em Mato Grosso do Sul, das redes estadual e municipais, poderão votar para escolher o novo presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul). Neste ano, duas chapas disputam a preferência da categoria, algo que não ocorria há 20 anos.
As chapas, cuja homologação foi publicada nesta segunda-feira (12), são: “Fetems Forte e Unida, de Todas e Todos – Nossa Voz e Nossa Força”, que reúne cerca de 60% dos integrantes da atual gestão, e a “Alternativa”, formada por candidatos que não integram a atual diretoria.
Atualmente, a entidade é presidida por Jaime Teixeira, que está em seu segundo mandato e, conforme o estatuto, não pode se candidatar novamente ao cargo máximo. Ele concorre ao cargo de secretário de Finanças na Chapa 1, que tem como candidata à presidência a professora Deumeires Batista de Souza Rodrigues de Morais, atual vice-presidente. Já a Chapa 2 é encabeçada por Joaquim Soares de Oliveira Neto, tendo como vice Elizangela Tiago da Maia.
A campanha eleitoral teve início após a homologação das chapas e segue ao longo do mês de maio. No entanto, o candidato Joaquim Neto, da Chapa 2, aponta supostas irregularidades por parte da chapa adversária e afirma ter solicitado a impugnação da Chapa 1, alegando descumprimento de requisitos previstos no edital.
Ele também informou que foi pedida a suspensão da eleição por 90 dias, para que as exigências do edital sejam cumpridas. Professor há mais de 30 anos, Joaquim Neto afirma que sempre esteve envolvido com o movimento sindical e decidiu se candidatar ao perceber insatisfação com a atual gestão.
Segundo ele, a atual diretoria se reveza há duas décadas no comando da federação, transformando a entidade em uma “extensão de partidos políticos”, já que o atual presidente foi candidato a vereador em Campo Grande. “Defendemos uma Fetems que retome o papel de instrumento legítimo de luta coletiva, livre das amarras partidárias”, afirmou.
Sobre a contribuição previdenciária dos aposentados, Jaime reconhece o descontentamento da categoria e classifica a situação como um dos desafios enfrentados pela educação atualmente. “A última reforma previdenciária é muito ruim para os aposentados do Brasil, e os professores também foram afetados”, disse. Ele destacou que a Fetems busca no STF (Supremo Tribunal Federal) a isenção para os trabalhadores da educação, conforme o teto constitucional.
Apesar de os professores da rede estadual receberem hoje o melhor salário do País, a atual gestão também destaca outras conquistas: reformulação das carreiras dos profissionais administrativos da educação, com reajustes entre 20% e 27% neste ano; restabelecimento das eleições diretas nas escolas estaduais; e barramento da implantação de escolas cívico-militares.
Entre os desafios apontados por Teixeira estão a ampliação de vagas na educação infantil, aprovação do PNE (Plano Nacional de Educação) e a realização de concurso público para todas as redes.
Para o atual presidente e candidato à diretoria da Chapa 1, o PNE — que deveria ter sido aprovado em 2024, mas ainda não foi votado pelo Congresso Nacional — é fundamental para nortear a política educacional do País, com diretrizes permanentes, desvinculadas de governos específicos e focadas em melhorias de médio e longo prazo.
O plano foi elaborado em janeiro de 2004 com a participação de mais de 800 mil pessoas em todo o Brasil, abrangendo tanto o ensino público quanto o privado. Jaime também destaca que a educação integral e a saúde dos trabalhadores da educação são prioridades de sua chapa.
Podem votar os profissionais filiados a sindicatos da educação há pelo menos três meses. Ao todo, 74 municípios terão urnas de votação, já que, em algumas regiões, os sindicatos abrangem mais de uma cidade. A votação ocorrerá das 8h às 18h, com apuração no próprio local. O resultado deve ser anunciado por volta das 21h.
Com informações do Campo Grande News
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