Publicado em 29/05/2013 às 07:27, Atualizado em 27/07/2016 às 11:24
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Apesar da pressão de 18 deputados estaduais e de toda bancada federal, três ministros do governo da presidente Dilma Rousseff (PT) não cederam e, pelo menos por enquanto, não suspenderam a demarcação de terras em 39 áreas de 26 municípios de Mato Grosso do Sul. A decisão frustrou a movimentação política dos parlamentares, que classificaram a reunião como pura enrolação.
Foi uma reunião perdida. Mais uma vez o Governo Federal não assumiu a responsabilidade e esse barril de pólvora vai continuar aceso no Estado, disse o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB). A audiência foi um balde de água fria, reforçou o deputado estadual Zé Teixeira (DEM).
De acordo com o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), os ministros pediram à vice-governadora Simone Tebet (PMDB) cópia dos processos de demarcações de terras para realizar novos estudos, envolvendo outros autores, como os Ministérios da Justiça e da Agricultura. Hoje, o processo está centralizado nas mãos da Funai (Fundação Nacional do Índio).
A decisão, na opinião de Reinaldo e Zé Teixeira, não é nenhuma novidade. A Funai é um órgão federal, portanto, eles já têm em mãos os processos, ponderou o tucano. Se quisessem fazer algo, bastaria editar uma portaria que eles lançaram, acrescentou. É pura enrolação, emendou Teixeira.
Com a reunião, os parlamentares esperavam a suspensão do processo de demarcação no Estado, como ocorreu no Rio Grande do Sul e no Paraná, e a participação de entidades representantes dos produtores rurais nos estudos. Essa demarcação da Funai é ideológica, querem transformar terra particular em pública, sem compensações, avaliou Zé Teixeira.
Otimista
Por outro lado, o deputado federal Geraldo Resende (PMDB) saiu satisfeito da reunião. Os ministros nos apontaram caminhos e pediram documentos para que seja dado o mesmo encaminhamento do Paraná e do Rio Grande do Sul, disse. O entendimento leva em consideração a promessa de incluir outros órgãos nos estudos de demarcação.
Participaram da reunião a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. Toda a bancada federal do Estado também marcou presença.
Para ir à Brasília, os deputados estaduais trancaram a pauta de votações e suspenderam as sessões por esta semana. Eles apontaram 15 itens que consideram fundamentais para o fim do conflito de terras no Estado.
Antes do encontro com os ministros, a comitiva de Mato Grosso do Sul participou de uma reunião-almoço com os membros da Frente Parlamentar da Agricultura da Câmara dos Deputados.