Publicado em 10/07/2022 às 06:30, Atualizado em 09/07/2022 às 19:04
De acordo com o ex-ministro da Secretaria de Governo na gestão de Michel Temer, Carlos Marun (MDB), a direção nacional do partido não exigiu fidelidade 100% de André.
O ex-governador André Puccinelli (MDB) não vai fazer campanha apenas para a senadora Simone Tebet (MDB), apesar dela ser a candidata a presidente de seu partido. Disputando a primeira colocação nas pesquisas com o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), o emedebista vai abrir o palanque para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o ex-ministro da Secretaria de Governo na gestão de Michel Temer, Carlos Marun (MDB), a direção nacional do partido não exigiu fidelidade 100% de André. A estratégia foi acertada na última terça-feira (5) em Brasília com o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi.
A decisão do ex-governador enfraquece ainda mais a candidatura de Simone, que tem oscilando entre 1% e 3% nas pesquisas. Ela não conseguiu o apoio unânime do MDB nem no próprio quintal. A presidenciável já não tem o apoio do partido em vários estados. Na região Nordeste, os principais caciques do MDB estão com Lula, enquanto na região Sul pendem para Bolsonaro.
De acordo com Marun, a senadora é a candidata do MDB de Mato Grosso do Sul, mas não terá o apoio de 100% do partido. Alguns estão divididos entre o petista e o atual presidente. “Ainda estamos conversando com outros partidos que tenham outras preferências”, explicou.
Este é o caso do Solidariedade, que vai apoiar André para governador e Lula a presidente. Já o PTB do ex-senador Delcídio do Amaral, que está com Bolsonaro, também vem negociando para subir no palanque do emedebista.
Se a candidatura de Simone balança e fica mais fragilizada com os desfalques, André segue firme e brigando pelo primeiro lugar com Marquinhos. A boa colocação do ex-governador animou o MDB nacional. “Mato Grosso do Sul é prioridade do partido”, destacou Marun, sobre a conversa com Baleia Rossi.
O diretório nacional teria assegurado estrutura e recursos para o ex-governador ir até o fim com a candidatura. Marun classifica como “fofocas” os boatos de que Puccinelli poderia desistir para não ter outras complicações.
A senadora também não conta com o apoio do PSDB de MS. O partido lançou Eduardo Riedel (PSDB) para o Governo e briga com o deputado estadual Capitão Contar (PRTB) pelo apoio de Bolsonaro. O tucano vive repetindo que está fechado com o presidente, apesar da gestão tucana se opor à estratégia de Bolsonaro de reduzir o ICMS sobre os combustíveis.
Simone corre contra o tempo para segurar o apoio do PSDB. O partido já aprovou o apoio à emedebista, mas vem segurando a oficialização para indicar o senador Tasso Jeressaiti (PSDB) de candidato a vice, porque o MDB gaúcho não quer cumprir o acordo nacional de retirar a candidatura do deputado estadual Gabriel Souza e apoiar o ex-governador gaúcho, Eduardo Leite, para o Governo do Rio Grande do Sul.
O único partido 100% fechado com a senadora é o Cidadania, que fica restrito a figura do presidente Roberto Freire, no comando do partido há décadas. Neste sábado, Simone vai a São Paulo participar da Marcha para Jesus e espera fazer campanha ao lado do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), que busca a reeleição.
Com informações do site DouradosInforma