Natacha Neves de Jonas Bastos e Danillo Moya Jeronymo, que até então ocupavam cargos de confiança no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), foram exonerados após serem citados no relatório da Polícia Federal como participantes de um suposto esquema de venda de sentenças no Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul.
A PF também menciona crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, extorsão e falsificação de escrituras públicas.
Natacha Neves era braço direito do desembargador Júlio Roberto Siqueira Cardoso, que se aposentou em junho deste ano. No relatório policial, consta um grampo telefônico de um diálogo da servidora com uma juíza, ligação que foi fundamental para "derrubar" os magistrados.
Na casa de Júlio Roberto Siqueira Cardoso, foram apreendidos quase R$ 3 milhões em dinheiro vivo durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão da Operação Ultima Ratio. A Polícia Federal chegou a pedir a prisão do magistrado aposentado, mas o pedido foi negado.
Já no cumprimento de mandados no TJMS, a sala de Natacha foi uma das vasculhadas. No local, a Polícia Federal recolheu uma série de documentos, que serão analisados para identificar possíveis novas evidências que possam fundamentar as denúncias contra os magistrados.
Já Danillo Jeronymo é sobrinho do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Osmar Jeronymo, que foi afastado do cargo na última quinta-feira (24), também apontado como um dos principais alvos da operação. A Polícia Federal constatou que Danillo e outro sobrinho de Osmar eram utilizados como laranjas, para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio, e serviam como "porta-voz" do conselheiro dentro do TJMS.
Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, Osmar Jeronymo se apossou de duas fazendas com a ajuda de decisões judiciais de desembargadores do Tribunal de Justiça, que também foram afastados.
As exonerações foram publicadas no Diário da Justiça desta quarta-feira (30).
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