Publicado em 16/11/2025 às 14:08, Atualizado em 16/11/2025 às 13:11
Grupo capturava espécies nativas em MS e enviava para RJ e MG; filhote de macaco-prego desnutrido foi resgatado
Uma ação da Polícia Militar Ambiental de Miranda desarticulou, na sexta-feira (14), uma quadrilha especializada no tráfico de animais silvestres que agia na região de um balneário em Bodoquena, próximo a Bonito. Quatro pessoas foram presas após denúncia que levou os policiais até o local onde ocorria a captura ilegal da fauna.
Durante a abordagem, os suspeitos estavam em um veículo e demonstraram grande nervosismo. Embora tenham negado envolvimento no crime, a vistoria no carro revelou rádios comunicadores, lanternas, estilingue e cordas — equipamentos usados para atividades clandestinas de caça.
Ao estenderem a fiscalização ao balneário, os policiais encontraram diversas espécies nativas aprisionadas: um lagarto verde e uma cobra confinados em garrafas plásticas de cinco litros, além de duas aranhas-caranguejeiras guardadas em recipientes improvisados. A equipe também localizou um filhote de macaco-prego extremamente debilitado, mantido dentro de uma caixa de transporte em uma caminhonete.
As buscas revelaram ainda sete caixas plásticas resistentes, típicas do transporte de pequenos animais, três delas já montadas, além de uma gaiola artesanal instalada na mata com frutas nativas como isca para capturar macacos.
O filhote de macaco-prego foi levado ao Pelotão da PMA em Miranda, onde recebeu atendimento emergencial de um veterinário. Depois, seguirá para cuidados especializados no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres). A cobra, o lagarto e as aranhas foram soltos novamente no ambiente natural.
Com a confirmação do esquema criminoso, os quatro integrantes foram autuados em flagrante e encaminhados para a Delegacia de Polícia Civil. Os veículos e os materiais usados no tráfico também foram apreendidos. Cada membro da quadrilha recebeu multa de R$ 16.250, totalizando R$ 65 mil em penalidades administrativas.
De acordo com levantamentos iniciais, o grupo tinha atuação estruturada: enquanto alguns eram responsáveis pela captura, outros garantiam o apoio logístico e o transporte dos animais. O destino das espécies capturadas seria o Rio de Janeiro e Minas Gerais. As investigações seguem em andamento para identificar possíveis cúmplices.