O governo de Mato Grosso do Sul definiu que unidades de elite da Polícia Militar, como o Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e o Batalhão de Choque, não utilizarão câmeras corporais, mesmo com o registro de maior parte das mortes em confrontos envolvendo esses grupos.
A decisão, confirmada pelo secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp), Antonio Carlos Videira, segue uma orientação do comando da Polícia Militar estadual. “Em Mato Grosso do Sul, a polícia vai usar onde achar que deve ter. Onde o comandante da PM disser que tem que ter, vai ser implantado”, declarou Videira ao jornal Correio do Estado.
De acordo com o secretário, cerca de 400 câmeras deverão ser distribuídas para grupos como a Polícia Militar Ambiental (PMA), a Polícia Militar Rodoviária (PMR), o Batalhão de Polícia Militar de Trânsito (BPMTran) e o programa Mulher Segura. Esses setores são priorizados por lidarem com menos confrontos.
Videira ressaltou que o Estado não fará investimento próprio na compra dos equipamentos, considerados caros, e aguardará a disponibilização do governo federal. A expectativa é que a União abra a ata de registro de preços para aquisição de câmeras corporais em 2025, inicialmente voltada para a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Cenário Nacional
Atualmente, o uso de câmeras corporais está em fase de testes em cinco cidades brasileiras: Sorriso (MT), Araguaína (TO), Cascavel (PR), Uberlândia (MG) e São José (SC). A implantação nacional será gradativa, conforme o planejamento da PRF.
A exclusão dos esquadrões de elite do uso das câmeras suscita debate sobre transparência e controle em operações policiais, já que esses grupos estão frequentemente envolvidos em ações de maior risco e letalidade.
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