Publicado em 24/08/2016 às 18:30, Atualizado em 24/08/2016 às 18:17
Dinheiro era destinado à preparação de atletas com potencial olímpico
A Polícia Federal realiza, na manhã desta quarta-feira (24), uma operação para desarticular uma quadrilha responsável por fraudes em licitações e desvios de recursos públicos concedidos pelo Ministério do Esporte, por meio de convênios, a diversas confederações esportivas. Na ação desta manhã, o dono da SB Marketing, Sérgio Borges, foi preso preventivamente. E por causa das investigações, o presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo, Carlos Fernandes, já foi afastado.
A ação, batizada como Nemeus, é feita em conjunto com o Ministério Público Federal e a Controladoria Geral da União a Operação Nemeus. Segundo o delegado Tácio Muzzi, titular da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor) e responsável pelas investigações, o dinheiro desviado do Ministério do Esporte era destinado à preparação de atletas com potencial olímpico.
As investigações não encontraram o envolvimento de servidores públicos na fraude até o momento. Os policiais cumprem 16 mandados judiciais nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Manaus e Caxias do Sul, em escritórios e residências de pessoas suspeitas de integrarem a quadrilha.
A operação teve como foco os convênios nos quais a empresa SB Marketing, empresa que oferecia os serviços, com sede no Rio de Janeiro, ganhou a assessoria de várias confederações. A investigação sobre o esquema de fraude durou três anos e abrangeu mais de um inquérito policial.
"Os dois convênios investigados nessa fase da operação envolviam R$ 3 milhões. Mas essa empresa ganhou esse serviço de assessoria em pelo menos 14 contratos. O total dos convenios é de R$ 26 milhões, não necessariamente provindos de fraudes", afirmou o delegado Tácio.
A PF investiga se houve fraude nas licitações e preços de serviços oferecidos acima do mercado, além de irregularidades na execução dos contratos. Notas fiscais frias encontradas durante a investigação podem indicar casos de corrupção. "Nos procedimentos licitatórios há empresas concorrendo com elas que, quando chamamos os donos, eles negaram que tiveram participado", explicou o delegado.
"De acordo com as investigações, na própria prestação dos convenios, a empresa também emitia notas fiscais frias para justificar serviços que não foram prestados", declarou o delegado, ressaltando que a SB Marketing auxiliaria na execução de novas fraudes.
Os envolvidos no caso podem responder por formação de quadrilha, peculato, fraude à licitação e falsificação de documentos. O nome da operação, Nemeus, é em alusão aos Jogos Nemeus, disputados na Grécia antiga e dedicados a Zeus.
Na cidade do Rio, estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão, 4 conduções coercitivas, um mandado de prisão preventiva e uma notificação judicial de afastamento do presidente da Confederação de Taekwondo por ligação de empresas ligadas às fraudes. Diligências também estão sendo realizadas nas confederações brasileiras de Tiro Esportivo e de Taekwondo, além de buscas em empresas ligadas às fraudes.
Fonte - G 1